19 de Maio de 2024

POLÍTICA Sexta-feira, 31 de Maio de 2019, 16:38 - A | A

QUEDA DE BRAÇO

Sintep: “Se não houver nenhuma proposta, a greve irá continuar”

Por THAIZA ASSUNÇÃO - Midia News

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O presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), Valdeir Pereira, afirmou que caso o Governo do Estado não apresente uma proposta concreta às reivindicações da categoria, a greve irá continuar.

 Em reunião com os grevistas nesta sexta-feira (31), o governador Mauro Mendes (DEM) prometeu encaminhar um documento na próxima terça-feira (4) para tentar convencer os profissionais a retornar ao trabalho. Eles estão paralisados desde o último dia 27.

 

 O democrata adiantou, porém, que o Estado não tem condições de atender às demandas dos professores. Para ele, dar aumento salarial hoje seria a mesma coisa que "emitir um cheque sem fundo".

Os profissionais cobram o cumprimento da lei da dobra do poder de compra - aprovada em 2013, na gestão do ex-governador Silval Barbosa, e que dá direito a 7,69% a mais anualmente na remuneração durante 10 anos - e a Revisão Geral Anual (RGA).

 Eles ainda reivindicam o fim do escalonamento salarial, realização de um concurso público e um calendário para melhorar a infraestrutura das escolas. 

 “Eu saio daqui na perspectiva de saber qual documento chegará para nós. Até terça-feira, há muitas questões que poderão ocorrer. O debate foi muito interessante, mas o Governo tem que traduzir [isso] em propostas”, disse.

 “Caso o Governo avance nesses pontos das reivindicações, no dia 10 haverá uma assembleia geral para a categoria decidir pela continuidade ou não do movimento. Agora, se não houver nenhuma proposta, a greve irá continuar. Até porque o que encerra a greve é proposta. Está na mão do Governo resolver essa questão”, acrescentou.  

Valdeir frisou que o sindicato não irá abrir mão de nenhum direito reivindicado.

 “Nós nunca fazemos proposta no sindicato de abrir mão de direito. Hoje, a proposta é cumprir o 7,69%, a RGA, a apresentação do calendário de concurso público e outro para melhoria da infraestrutura das escolas. Agora, cabe ao Governo apresentar alguma proposta e a categoria avaliar. Mas o sindicato não negocia o mínimo”, disse.

 Corte de ponto

 O sindicalista ainda criticou a decisão do Governo cortar o ponto dos profissionais da Educação que aderiram ao movimento grevista. Ele classificou a determinação de “abusiva”.  

 “Nossa assessoria jurídica vai apresentar para o Governo algumas ponderações em relação a isso e a principal dela é que o corte de ponto aqui no Estado de Mato Grosso, além de ser abusiva, é uma prática anti-sindical. É você apagar fogo jogando gasolina. É esse o papel que Governo tem feito com relação ao corte de ponto”, disse.

 Valdeir também cutucou os profissionais que registraram um boletim de ocorrência contra o movimento grevista. Para ele, esses profissionais só querem ter benefício da luta, mas não querem se comprometer com ela.

 “Eles têm direito de ser contra, mas também têm o direito de ir ao sindicato assinar um documento dizendo que vai devolver para o cofre do Estado todos os direitos que foram conquistados através dos movimentos grevistas”, pontuou.



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