
O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Alexandre Mendes
O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Alexandre Mendes, disse que os parlamentares estaduais devem cobrar o deputado Wilson Santos (PSD) para que “dê os nomes aos bois” sobre a acusação feita durante entrevista, na qual afirmou que existem colegas agindo a favor do crime organizado.
Mendes avalia que a partir do momento em que Wilson apresenta a denúncia sem dizer quem são os responsáveis, acaba prejudicando a imagem dos 24 deputados da Assembleia Legislativa que, segundo ele, ficam todos sob suspeita da acusação.
“Se eu fosse deputado, eu seria o primeiro a me levantar e questionar o deputado Wilson Santos: 'dê o nome aos bois', porque é grave essa acusação. É grave saber que nosso parlamento estadual tem deputados, que são responsáveis por legislar, que estão trabalhando para o crime organizado”, disse o comandante-geral, em entrevista ao site Veja Bem MT.
Na última semana, Wilson relatou em entrevista ao site Repórter MT que teria sido impedido de fazer campanha em dois bairros de Cuiabá. Na sequência, ele teria procurado o ex-secretário de Segurança Pública, Alexandre Bustamante, que havia comentado que ele era o quarto ou quinto deputado que o procurava naquela semana, sendo que dois parlamentares teriam pedido que fossem reinstaladas tomadas nas celas dos presídios, para que líderes criminosos pudessem recarregar seus aparelhos celulares.
Mendes sugeriu que os deputados estaduais tomem alguma atitude diante da denúncia, como a convocação do ex-secretário para dar explicações sobre o fato exposto por Wilson Santos.
“As polícias estão enxugando gelo enquanto existem representantes do Legislativo trabalhando para o crime organizado. Isso é uma situação grave, gravíssima! Então, cabe aos nobres deputados do Estado de Mato Grosso, à Mesa Diretora, nos responder e, se for o caso, convocar o ex-secretário para dizer quem é esse deputado, porque a população não pode dormir em seus lares sabendo que tem um deputado que foi eleito pelo crime organizado”, destacou.
"Porque não pode eu, representante de uma instituição de segurança, não ter resposta para minha tropa querer saber qual o deputado. E se, de repente, esse deputado está adentrando nos nossos quartéis livre, como qualquer outro, e nós sabendo da possibilidade de um deles estar envolvido no crime organizado", concluiu.
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