A vereadora Michelly Alencar (União) desbancou o principal argumento usado pela vereadora Edna Sampaio (PT) em sua defesa pública no processo de cassação por suposta prática de rachadinha.
Em conversa com jornalistas nesta quinta-feira, 6 de junho, Michelly comparou a situação de Edna com a do vereador Paulo Henrique (PV), que foi alvo da Polícia Federal por suspeita de agir em favor da facção criminosa Comando Vermelho.
Segundo Michelly, os dois casos são reprováveis e não podem ser tolerados pelos vereadores. Michelly ainda ressaltou que não se trata de violência política de gênero - principal alegação usada por Edna ao se defender publicamente das acusações de rachadinha.
“Eu não compactuo com isso, seja de homem, de mulher, de qualquer cor, raça ou gênero. Aquilo que é errado, é errado para todos”, disparou.
“Então, se fosse uma mulher ele [Paulo Henrique] estaria livre? A rachadinha, a apropriação indevida de recursos, eu vou livrar porque ela é mulher? De maneira nenhuma! Sou contra! O objeto continua o mesmo, o processo vai estar em votação e eu não tenho como mudar meu posicionamento lá atrás para agora, sendo que o objeto é o mesmo. Sou contra esse procedimento que a vereadora adotou, confessou e tem provas suficientes”, completou.
Michelly afirmou ainda que a cassação de um vereador é uma situação delicada para a Câmara de Vereadores, mas defendeu que seja dada uma resposta à população diante das denúncias que foram feitas.
“É triste, para nós representantes femininas e para o Parlamento. Ninguém aqui quer cassar vereador, ninguém aqui se sente confortável em estar vivendo esse posicionamento, de falar de um vereador envolvido com facção, falar de uma vereadora envolvida com procedimento ilícito de rachadinha. Agora, a gente precisa dar uma resposta para a população”, pontuou.
Edna Sampaio enfrenta o segundo processo de cassação por suposta prática de rachadinha com a verba indenizatória que era paga à sua ex-chefe de gabinete, Laura Abreu. Ela chegou a ser cassada em outubro de 2023, mas conseguiu reverter a decisão dos vereadores na Justiça, apontando que houve irregularidades na condução do processo.
Em março deste ano, a Câmara de Cuiabá abriu um novo processo para cassar Edna pelas mesmas acusações. O relatório pedindo a cassação do mandato da petista deve ser votado nesta quinta-feira, 6 de junho.