13 de Setembro de 2024

CULTURA Terça-feira, 04 de Julho de 2023, 12:36 - A | A

MEMÓRIA

Diamantino terá Centro Histórico revitalizado pela Fundação Getúlio Vargas

A revitalização contemplará quatro prédios e uma praça, sendo os dois museus do município, a Casa Memorial dos Viajantes e Langsdorff.

Assessoria de Imprensa Prefeitura de Diamantino

centro de diamantino

 

2023 surge como um marco para o município de Diamantino, localizado a 190 Km de Cuiabá, na região Médio Norte de Mato Grosso, por conta de um audacioso projeto de revitalização do Centro Histórico da cidade, cuja coordenação geral e execução das obras é da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Com o investimento de R$ 25 milhões, a revitalização contemplará quatro prédios e uma praça, sendo os dois museus do município, a Casa Memorial dos Viajantes e Langsdorff. As ações também abrangem a Biblioteca Municipal Monteiro Lobato, a Praça Major Caetano Dias e a criação de um Centro de Gastronomia na área, além de algumas vias pontuais do Centro Histórico.

O secretário de Cultura e Turismo de Diamantino, Caíque Loureiro, explica que a revitalização tem objetivo de preservar e resgatar o valor dos espaços histórico-culturais do município, além disso, a reestruturação do Centro Histórico proporcionará o fomento à música, cultura e gastronomia, gerando o aquecimento da economia local.

O projeto tem duas vertentes: a valorização da população diamantinense, com o objetivo de despertar o sentimento de pertencimento e a segunda é fomentar o potencial econômico a partir do turismo histórico. “Agora é o momento de plantar e cultivar o projeto, para que ao fim, quando as obras forem concluídas, seja o momento da geração de renda local, de aumento do turismo, e que a cidade esteja desenvolvendo e crescendo de maneira sustentável”.

O prefeito, Dr. Manoel Loureiro, comenta sobre a relevância da obra para a cidade e para os diamantinenses. “Com a revitalização desses locais históricos poderemos ter mais turistas nos visitando e conhecendo Diamantino. Caminhamos para os 300 anos de existência, temos muitas histórias e precisamos preservá-las. Todas essas ações de revitalização fomentarão o comércio local, a rede hoteleira, restaurantes, assim como os munícipes que poderão apreciar e conhecer mais da história do local”.

A Fundação Getúlio Vargas (FGV) foi a responsável pelo concurso nacional para contratação de empresa para execução do projeto e a aproximação com a instituição ocorreu por intermédio do ministro do Tribunal Superior Federal, Gilmar Mendes

 

Silvia Finguerut, representante da FGV, fala sobre as ações da instituição nesse processo de revitalização. “Tudo o que estamos fazendo tem por objetivo oferecer ao diamantinense um projeto de conteúdo histórico bem elaborado, e feito da maneira como deve ser feita e que os visitantes possam vir e conhecer os locais”.

Memorial descritivo

A Prefeitura Municipal de Diamantino promoveu um Concurso Público Nacional que foi organizado pela Fundação Getúlio Vargas – FGV, coordenadora geral do projeto e responsável pela execução das obras. O processo escolheu as melhores propostas, em nível de estudo preliminar, para a Revitalização Urbanística e Paisagística de parte do Centro Histórico da Cidade de Diamantino, MT. A empresa Arqconstrói Construtora Ltda foi a vencedora do certame e contratada pela Prefeitura Municipal para o desenvolvimento do projeto executivo.

A proposta escolhida, sem abrir mão da contemporaneidade, é considerada capaz de dialogar com o contexto histórico e traz intervenções que tornarão um trecho escolhido no centro histórico atrativo aos moradores e aos que visitam a cidade.

De acordo com Caique Loureiro, secretário de Cultura e Turismo e que está à frente de todo o processo, o resgate da identidade cultural do município, promovida através da requalificação do território, está diretamente relacionado à sua utilização pela sociedade, transformando a realidade local e integrando os aspectos sociais, econômicos e culturais.

O projeto, ao favorecer o fluxo e a permanência dos usuários no espaço criará condições de acessibilidade, caminhabilidade e urbanidade que deverá potencializar atividades diversas ligadas à geração de emprego e renda, cultura e lazer, além de promover novos usos que agregarão valor econômico ao conjunto, valorizando o patrimônio histórico e arquitetônico”, reforça o gestor.

Caique Loureiro observa que a biodiversidade local é extraordinária e que a paisagem é o grande ativo, e constitui o foco principal do projeto como produto de um planejamento que não só conserva, mas recupera o que for possível de seus ecossistemas naturais. “Com isso, Diamantino amplia seu potencial de ser a primeira cidade do Mato Grosso que desenvolve projeto de tamanha importância”.

Da descoberta de diamantes à Expedição Langsdorff

Nove anos após o descobrimento das fabulosas minas de Cuiabá, por Paschoal Moreira Cabral e Miguel Sutil, o município de Diamantino também foi descoberto. Era 1728, quando Gabriel Antunes Maciel, numa perigosa excursão por água e por terra, penetrou com sua bandeira pelo sertão mato-grossense, por lugares que talvez nunca tenham sido pisados por civilizados. Encontrou ouro e muito diamante às margens do rio cravado entre montanhas e cachoeiras.

Quase um século depois, em 1821, o barão Georg Heinrich von Langsdorff, conseguiu patrocínio do czar russo Alexandre I para organizar uma grande expedição de reconhecimento no interior do Brasil. O grupo era composto por artistas, botânicos, naturalistas e cientistas. A expedição partiu do Rio de Janeiro e percorreu cerca de 17 mil quilômetros entre os anos de 1822 e 1829, passando por Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso e Amazonas, analisando os aspectos naturais, sociais, etnológicos e linguísticos brasileiros. A região de Diamantino foi um dos pousos dessa expedição.

Toda essa história está registrada no Museu Langsdorff, que mantém uma exposição permanente com reproduções de desenhos e aquarelas de Rugendas, Taunay e Florence e mapas inéditos de Rubtsov, criados durante a Expedição de Langsdorff.

A história de Diamantino também tem registros importantíssimos guardados na Casa Memorial dos Viajantes, antes chamada de Casa Canônica e tombada em 2003 e revitalizada em 2011 pelo Governo do Estado. Ambos são equipamentos públicos de uma riqueza histórica e cultural incontestável, além de dezenas de outros casarões e da Paróquia Imaculada Conceição, um dos cartões postais da cidade.

Perto de completar 295 anos (19 de setembro), Diamantino, que chegou a ser uma das três cidades com potencial para ser a Capital de Mato Grosso, é um dos municípios com maior potencial histórico do Estado.

Na outra ponta, Diamantino hoje aparece na lista dos 35 municípios mais ricos do mundo por sua produção agrícola.



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