Com o salário atrasado, médico protesta: "Festival de mentiras"

 

Parte do médicos terceirizados de UPAs e policlínicas da Capital segue com salários atrasados desde setembro. No Hospital Municipal de Cuiabá o atraso é ainda maior, desde agosto, conforme um profissional que atua na unidade.

 Parte das atividades foi parlisadas com o atraso. Médicos articulam nova paralisação geral a partir de quinta-feira (10), caso o montante não seja quitado na integralidade.

 “Desde agosto sem nada, tem setembro, outubro e nós já estamos em novembro. Se pagou não foi para todo mundo”, afirmou o médico Osvaldo Mendes, que atua no HMC.

De acordo com o profissional, os atrasos são recorrentes e se acumulam. “É um desrespeito, um festival de mentiras”.

 Conforme a Secretaria Municipal de Saúde, a Pasta está em dia com o pagamento da empresa terceirizada de médicos que atuam em UPAs e policlínicas, a Family.

Alair Ribeiro/MidiaNews

Osvaldo Mendes atua como médico terceirizado no Hospital Municipal de Cuiabá

 Havia apenas uma nota fiscal a ser paga, a de setembro. O pagamento, segundo a Secretaria, estava agendado para ser realizado na segunda-feira (7), em prazo ainda previsto no contrato.

 Apesar dos repasses estarem em dia por parte da Prefeitura, Mendes salienta a responsabilidade dela diante dos atrasos constantes aos profissionais.

“O prefeito com certeza sabe disso. Ele sabe, e a repercussão não é para a empresa que dá o calote, mas é para o prefeito”, afirmou.

 “Que prefeito é esse? Que secretário é esse que não toma partido diante de um negócio desses? Ora, se eu contrato você para fazer um trabalho e você não está cumprindo o trabalho, alguma coisa está errada. Essa é a questão”, pontuou.

 De acordo com o profissional, quem mais sofre são os médicos que estão iniciando na carreira e têm apenas uma fonte de renda.

 “É brincadeira, os caras estão de sacanagem. Eles exploram principalmente os médicos que estão começando. Isso é um absurdo, o cara só tem esse emprego. É algo além das condições de trabalho, que já não são excelentes”.

 De acordo com outro profissional, que preferiu não se identificar, os salários dos terceirizados que atuam nas UPAs e Policlínicas da Capital começou a ser o pago a partir de terça-feira (8), mesmo o prazo previsto sendo segunda (7).

 “Pagaram a metade dos médicos. Segunda poucos foram trabalhar, houve unidades com apenas um médico ou o responsável técnica”. O profissional teve seus débitos quitados, mas expressa insatisfação e desejo de deixar a função diante dos recorrentes atrasos.