Essa pergunta, geralmente, traz um certo desconforto para quem lê. Uma espécie de “frio na barriga”.
Se você sentiu algo parecido com isso, seu próximo passo é se perguntar se o seu futuro é animador nesse aspecto?
Analise seu estilo de vida hoje, e reflita se vai precisar se programar, e, talvez o mais importante, se já vem fazendo isso hoje, pra poder mantê-lo lá na frente.
Nós mesmas, conhecemos vários casos de profissionais que tinham uma ótima renda mensal enquanto ainda estavam na ativa, com padrão de vida elevado, com belas casas em condomínios fechados, bons carros na garagem, viagens anuais ao exterior.
Contudo, como todo o valor recebido sempre foi empregado na manutenção de uma vida cara e um padrão de vida, quase sempre, acima de sua renda, ninguém pensava em como seria a velhice.
Mas uma hora o amanhã chega, e junto com ele a fatura com o valor alto a pagar, o preço de uma vida sem planejamento financeiro.
E a preocupação vem batendo à porta das famílias brasileiras devido ao aumento da expectativa de vida do brasileiro que, segundo o IBGE, atingiu os 76,6 anos em 2023.
O IBGE também divulgou dados, ainda mais preocupantes, que apontam que em 7 anos, ou seja, em 2030 o Brasil terá 41,5 milhões de idosos. Ou seja, o problema parece aumentar porque isso implicará em aumento da pressão sobre o sistema previdenciário, sendo assim, quem não se preparar terá uma brutal queda de renda na aposentadoria.
E porque essa tão sonhada “autosustentabilidade financeira” na velhice não é planejada desde o início da carreira? Questão cultural! Nossos avós não tinham essa cultura de fazer uma aposentadoria e, também, agravado pelos acontecimentos economicos das ultimas 5 décadas que fizeram o povo brasileiro perder o hábito de investir. Isso afetou, diretamente, a qualidade de vida dos brasileiros, principalmente, na terceira idade, que é quando as vulnerabilidades aumentam.
O planejamento financeiro pessoal é a maneira mais prática para você transformar sua vida financeira hoje para que você viva um presente equilibrado e se prepare para uma velhice financeiramente saudável.
Para isso, deixamos aqui 6 passos para você adotar hoje com o intuito de planejar as finanças para a terceira idade:
- Organizar sua vida financeira agora
Rever os gastos que você tem e procurar tomar as melhores decisões sobre o seu consumo, pois, só assim você saberá o quanto poderá guardar e começar a tomar as decisões para o seu futuro
- Definir o padrão de vida que você deseja ter na terceira idade
Depois de organizar seus gastos e saber quanto você vai poder poupar todo mês, é hora de pensar sobre o padrão de vida que você pretende ter quando envelhecer. Para isso, é importante se fazer as seguintes perguntas: (E não se esquecer das mudanças ao longo do tempo)
- Quais custos podem aumentar?
- Quais custos podem diminuir?
- Qual valor mensal quero ter?
- De onde esse dinheiro virá?
- Planejar a aposentadoria
Aqui como todos nós já sabemos é um elemento questionável, em se tratando de renda proveniente do INSS. Dizemos isso, porque pode não ser suficiente para abraçar às respostas das perguntas do item anterior. Considerando que hoje o mínimo pago pelo INSS é de R$ 1.320,00 e o teto máximo é de R$ 7.507,49 você deve tirar por base entre esses valores e sua atividade remunerada atual qual será a faixa que contribuirá para sua renda mensal no futuro
- Investir
O que mais ouvimos hoje são jovens dizendo que não começam a investir porque hoje não têm uma sobra tão grande para fazer investimentos. E esse é o maior erro que percebemos. Se pudéssemos dar um conselho, seria: comece cedo. Os R$ 100,00 que você consegue investir hoje, lá na frente vão fazer muita diferença. Mesmo que você não consiga investir muito, comece com pouco porque o tempo é o maior aliado dos investidores. A mágica dos juros sobre juros ajudam a reduzir a carga de esforço de poupança, aqui leia-se capacidade de poupar.
- Onde investir
Como aqui estamos tratando de investimentos que tem como objetivo o longo prazo é importante tomar o devido cuidado na escolha de investimentos. Sempre importante ter entre as opções títulos que sejam atrelados à inflação para “blindar” o poder de compra do investidor ao longo dos anos, cuidar do risco de crédito dos investimentos, solidez das instituições e, principalmente, procurar profissionais qualificados para que o acompanhem nessa jornada. A primeira medida é definir o seu Perfil de Tolerância a Risco para que, então, você possa escolher boas opções que podem ir desde Títulos do Tesouro Direto até uma Carteira de Ações. O mais importante é saber ponderar para não expor seu patrimônio desnecessariamente.
- Construir uma reserva financeira
Do valor a ser guardado todo mês é importante que parte dele seja direcionado para uma reserva de emergência. Esse é um valor que estará disponível para que caso surja algum imprevisto, ou seja, situações que acontecem quando menos esperamos, seja usado para amortecer esse impacto inesperado. Exemplo, um carro que quebra, um pequeno acidente que impede o trabalho, uma demissão etc. Para esse valor é preciso estar atento a dois pontos importantes: Que também esteja investido para que se possa ganhar com rentabilidade e não perder com a alta da inflação e, principalmente, que o investimento esteja disponível para ser usado a qualquer momento.
O mais importante é começar a agir já, lembrando que quanto antes você der o ponta pé inicial na programação de seu futuro, mais satisfatórios serão os resultados lá na frente.
Por falta de orientação financeira, nossos avós e até mesmo nossos pais não puderam se preparar para a velhice deles, está na hora de quebrarmos esse ciclo perigoso e nos prepararmos para viver com dignidade nossa velhice. E, o mais importante, através do nosso exemplo mudar a mentalidade, sobre esse tema, dos próximos que virão depois de nós. Nossos netos, sobrinhos e filhos!