O Banco do Brasil virou o mais novo alvo das instituições que investigam as supostas fraudes na concessão de empréstimos consignados a servidores do Estado. Pelo menos foi o que informou nesta quarta-feira (18) o deputado estadual Wilson Santos (PSD), que acompanha a apuração junto de outros deputados e conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Ele comentou que o banco estava ‘passando batido’ em meio as cerca de 30 instituições financeiras que estão na mira dos órgãos de controle e da Polícia Civil. Para o deputado, a instituição se aproveita do fato de ser a responsável por pagar a folha do funcionalismo do Estado.
“O Banco do Brasil estava passando ao largo. Ninguém ainda havia denunciado que o Banco do Brasil também pratica taxas elevadíssimas. Como o Banco do Brasil tem a folha dos servidores, ele tem informações privilegiadas, que os outros bancos não têm. E, quando o servidor chega no teto da margem, o banco faz com ele outro tipo de contrato, taxas de cartão de crédito, não na folha, mas na conta pessoal do servidor”, detalhou o parlamentar.
Wilson destacou que um requerimento foi feito por ele à mesa diretora da Assembleia Legislativa (ALMT) para convidar o representante regional do Banco do Brasil a comparecer ao parlamento e, lá, ser sabatinado pelos deputados no que ele já chama de ‘CPI dos Consignados’, embora oficialmente não tenha sido instituída a comissão.
“Para que ele seja sabatinado e explique a relação do Banco do Brasil com os servidores quando o assunto é consignados”, completou.
Na terça-feira, segundo o deputado, membros da Assembleia conversaram por mais de três horas com os correspondentes bancários envolvidos no caso, ocasião em que teriam entregado um relatório por escrito. “Trouxeram revelações que nós não tínhamos conhecimento e, assim como conversamos com eles, vamos conversar com todos que tiverem interesse, sejam sindicatos, federações, donos de bancos".
O deputado alertou, porém, que os trabalhos investigativos ainda estão no começo e demandarão muitos passos, tendo em vista que novas informações surgem todos os dias. Nesse sentido acrescentou o que vem sendo feito na ALMT, que, embora não oficialmente, já conta com uma espécie de comissão parlamentar de inquérito sobre o assunto.
“Nós não estamos ainda nem na metade desse assunto. Esse iceberg é muito maior, a cada dia surgem novidades e nós, na prática, no dia a dia aqui, já estamos fazendo uma CPI. Na prática, estamos aqui executando uma comissão parlamentar de inquérito. Agora, virá o Banco do Brasil. Depois, nós queremos ouvir o Procon, que já veio a público afirmar que já identificou 16 irregularidades. Então, estamos apenas no início dessas investigações e vamos até o final”.
Existe um prazo até o dia 30 de junho para que todas as instituições financeiras apontadas no imbróglio com supostas cobranças fraudulentas apresentem ao TCE os contratos estabelecidos com os servidores, sob pena de eliminação do pagamento das dívidas àquelas que não cumprirem o estipulado.
A reportagem procurou a assessoria do Banco do Brasil para que pudesse se manifestar sobre os apontamentos feitos pelo deputado. Até a publicação desse material, recebeu a informação de que as informações estariam sendo levantadas. O espaço segue aberto.
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Deputado coloca Banco do Brasil na mira dos investigados no caso dos consignados de MT pic.twitter.com/3wGyUCZpt5