Suspeitas levantadas pela vereadora por Cuiabá, Edna Sampaio (PT), sobre a prática de “rachadinha” no gabinete do vice-presidente da Câmara Municipal, Rodrigo Arruda e Sá (Cidadania), tumultuaram a sessão ordinária desta quinta-feira (29), que chegou a ser paralisada.
Anteriormente, o chefe do Legislativo, Chico 2000 (PL), rechaçou as declarações da petista, que transferiu à Presidência da Casa a responsabilidade por ter exonerado a ex-chefe de gabinete, Laura Natasha, durante sua gravidez.
“Quero aqui constar o ato da vereadora Edna como um ato indecente, de fazer uma publicação dessa vergonha. Quero que ela prove isso, pois vou cobrar judicialmente essa situação da vereadora Edna, que fez uma fala irresponsável, totalmente inescrupulosa. Infelizmente, a vereadora Edna não sabe o que ela está falando, acusando colegas de parlamento que nunca tiveram seu nome envolvido em qualquer tipo de situação”, declarou Arruda, que também é presidente da Comissão de Ética da Casa.
A acusação de Edna movimentou o plenário, provocando membros da Comissão da Ética presentes, que se levantaram das cadeiras em tom de desaprovação à fala da parlamentar, que é investigada pelo Legislativo pela suposta administração da verba indenizatória (VI) que cabe aos chefes de gabinete, o que pode ser considerado “rachadinha”. Michelly Alencar (UB) foi uma das vereadoras que se colocou de pé.
Minutos antes, Chico 2000 usou o microfone para se manifestar contrário à transferência da responsabilidade pela demissão da ex-chefe de gabinete de Edna à presidência da Câmara. Para limpar sua ficha, a petista começou a ventilar que o requerimento para a exoneração precisa da assinatura da executiva da Casa. Chico cobrou “seriedade”.
“A mesa diretora dessa casa não interfere na gestão do gabinete. A gestão do gabinete é de competência e responsabilidade do vereador”, falou Chico 2000. “Não sei porque motivos a vereadora Edna declarou publicamente que o responsável pela demissão da chefe de gabinete dela foi o presidente, vereador Chico 2000. Se é desta forma, eu vou intervir em todos os gabinetes e vou mexer da forma que quero, do jeito que eu quiser e colocar quem eu quiser”, disse o político.
Em seguida, o presidente da Câmara solicitou ao secretário de Apoio Legislativo, Eronides Nona, para executar um levantamento nas próximas 48 horas sobre processos envolvendo seu nome desde o seu ingresso na Casa em 2005.
“O senhor vai entregar à presidência uma certidão da vida desse vereador nessa Casa e, se tiver qualquer processo sobre o vererador Chico 2000, o envolvendo em qualquer espécie de rachadinha e vantagens ilícitas eu quero cópia porque se houve não fiquei sabendo e não fui intimidado para me defender”, determinou o vereador.
Em nenhuma das situações foi concedido direito de resposta a Edna Sampaio. A vereadora chegou a se inscrever no início da sessão do tumulto, mas seu pedido de manifestação no pequeno expediente foi indeferido.
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