06 de Dezembro de 2024

POLÍTICA Quarta-feira, 12 de Junho de 2024, 12:44 - A | A

AUDIÊNCIA APROVADA

Bancada de MT quer "apuração dos fatos" diante da polêmica que culminou na exoneração de Neri

Polêmica do leilão do arroz repercutiu diretamente em Mato Grosso devido ao protagonismo do ex-secretário de Política Agrícola, Neri Geller, no "olho do furacão"

RAYNNA NICOLAS - Hipernoticias

cel fernanda deputada

 Coronel Fernanda (PL)

A Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados aprovou, por unanimidade, a realização de audiência pública para tratar da anulação do leilão do arroz, anunciada pelo governo federal nesta terça-feira (11), sob suspeitas de fraudes.

A informação foi repassada pela líder da bancada mato-grossense no Congresso Nacional, Coronel Fernanda (PL), que participou da deliberação. 

"O que está claro é que precisamos apurar o que aconteceu. A bancada quer a apuração para que todos os fatos sejam esclarecidos", reforçou a parlamentar ao HNT

A polêmica do leilão do arroz repercutiu diretamente em Mato Grosso devido ao protagonismo do ex-secretário de Política Agrícola, Neri Geller, no 'olho do furacão'. Isso porque o filho de Geller, Marcelo Piccini Geller, seria sócio de Robson Almeida França, ex-assessor de Neri Geller, que intermediou o arremate de 90 mil toneladas do grão pelas empresas Zafira Trading, locadora de máquinas ASR e a fabricante de sorvetes Icefrut. 

O desconforto culminou no desligamento de Geller da Secretaria de Política Agrícola na tarde de terça. Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), informou que a exoneração se deu 'a pedido'.

Em e-mail encaminhado ao ministro e vazado à imprensa, Neri Geller negou que tenha pedido demissão. Portaria de exoneração de Geller foi assinada pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, ainda na terça e publicada em Diário Oficial nesta quarta-feira. 

Além da polêmica envolvendo Neri e seu ex-assessor, outros indícios de fraudes foram identificados no leilão, como o arremate da maior parte de lotes por uma empresa de queijos do Amapá que mudou o capital de R$ 80 mil para R$ 5 milhões às vésperas do leilão. 

Nos bastidores, especula-se que todo o desgaste envolvendo o Ministério da Agricultura tenha servido de combustível para que setores políticos voltem a pressionar o presidente Lula (PT) pela demoção de Fávaro do Mapa. Última polêmica que colocou o ministro na 'mira' da oposição foi o suposto benefício concedido ao 'barão' da soja, Eraí Maggi, com a liberação de recursos para construção de estradas perto das propriedades rurais dele. 

Mesmo sob pressão, Fávaro - que não era o preferido dos produtores desde a composição do staff de Lula em 2022 - manjeou a situação e conseguiu se manter no cargo. Para o Governo Federal, a saída de Neri e o novo 'golpe' na gestão de Fávaro colocam entraves no diálogo com o nicho que mais demonstra resistência à administração petista, o agronegócio. 



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