O clima de tensão entre os candidatos se estendeu para além dos estúdios da TV Vila Real e ficaram ainda mais acalorados entre os postulantes ao cargo de prefeito de Cuiabá Lúdio Cabral (PT) e Eduardo Botelho (União), após o debate eleitoral realizado nesta terça-feira (3). Nos bastidores, os deputados estaduais trocaram alfinetadas, o que deixou claro que a relação de animosidade entre os pares azedou de vez.
Com uma postura muito mais incisiva em comparação ao primeiro debate, o petista partiu para cima do adversário Botelho, inclusive com acusações de corrupção. Lúdio, que é um dos ‘lanternas’, conforme as pesquisas, fez de Botelho seu alvo principal e chegou a afirmar que o atual presidente da Assembleia Legislativa levará a Capital para o buraco.
“Quem é que vai tirar Cuiabá do buraco, sendo o buraco da corrupção? Botelho é o buraco da corrupção!”, questionou o veterano na disputa, ao acusar Botelho de ser réu confesso em um esquema de corrupção no Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MT).
Os ataques sobraram até mesmo para Abilio Brunini (PL) que, apesar da fama de polêmico e incisivo, postura adotada inclusive no primeiro debate promovido pelo Portal Primeira Página, desta vez, na TV Vila Real, o deputado federal manteve a compostura e se mostrou menos ofensivo que o petista.
“Cuiabá não aguenta quatro anos de um Botelho mergulhado na corrupção e não aguenta um Abilio mergulhado no cinismo, deboche e despreparo. É meu dever dizer isso”, apontou Lúdio, sob a defesa de que não está participando dos debates apenas para apresentar propostas, mas, também, para ‘mostrar quem é quem’.
Na saída, Botelho chegou a ser questionado sobre as acusações feitas pelo petista, as quais, segundo ele, trata-se de mentira.
“Isso é uma mentira descabida do candidato. Eu não vou discutir mentiras, eu vou discutir verdades, vou discutir propostas, já falei”, disse. Enquanto o parlamentar tentava se explicar, Lúdio gritava ao lado: “e as parcelas, perguntem das parcelas”, disse à mídia.
Parcelas essas que, supostamente, seriam em razão do acordo feito por Botelho para negociar o esquema do qual teria feito parte.