Conhecido como "Pablo Escobar brasileiro", o ex-policial Sérgio Roberto de Carvalho, 63 anos, era o líder e o principal alvo da Operação Catrapo, deflagrada na manhã desta quarta-feira, 6 de julho, pela Polícia Federal de Mato Grosso. Sérgio era major da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul.
Segundo o delegado regional de Combate ao Crime Organizado em Mato Grosso, Jorge Gobira, o nome de Sérgio apareceu com o avanço das investigações. A polícia conseguiu fechar o cerco após uma apreensão realizada em agosto de 2021, quando a PF apreendeu mais de 1 tonelada de cocaína, acondicionada em 24 malas, no aeroporto de Fortaleza.
O alvo foi detido em Budapeste, na Hungria, no final do mês de junho, após investigações o apontarem como sendo o chefe de operações internacionais do grupo. Sérgio estava com passaporte falso quando foi preso.
O ex-major estava sendo procurado pela Interpol em pelo menos três países, incluindo o Brasil. A organização chefiada por ele enviava cerca de 45 toneladas de drogas para Europa por ano. Sua prisão contou com o apoio da Polícia Portuguesa, pois foi identificado que o país era usado como porta de entrada para os entorpecentes que saiam da América do Sul.
Conforme Gobira, o grupo se aproveitava da estrutura de aviação privada presente em terras mato-grossenses para receber as aeronaves carregadas com drogas.
Durante as investigações, foi identificado que a organização criminosa se utilizava de aviões para transportar a cocaína adquirida no Peru e na Bolívia para a Europa, utilizando Mato Grosso como local de armazenamento. A Polícia Federal interceptou duas toneladas de cocaína e identificou R$ 40 milhões em patrimônio durante a apuração.
“Ao longo das investigações, verificou-se que essa organização adulterava os prefixos das aeronaves utilizadas no tráfico, chegando a ter três aviões com o mesmo prefixo”, disse o delegado.
Foram cumpridos 28 mandados de busca e apreensão e 13 mandados de prisão temporária - expedidos pela 5ª Seção Judiciária do Mato Grosso - nos estados de Mato Grosso, São Paulo, Pará, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Amazonas, Paraná, Rondônia e Tocantins.
O nome da Operação Catapro faz referência a um termo utilizado por pilotos militares da aviação embarcada, ou seja, pilotos que operam a partir de porta-aviões
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