19 de Maio de 2024

POLÍCIA Quarta-feira, 20 de Setembro de 2023, 11:29 - A | A

RECEBIAM 30% DE DÉBITO

'Gangue do chicote' ameaçava familiares das vítimas durante cobranças abusivas em Cuiabá

Dois credores que contrataram os serviços dos suspeitos foram presos durante a Operação Piraim na manhã desta quarta-feira

THIAGO STOFEL - HNT

gang da chibata

 

Além de sequestrar e torturar comerciantes em Cuiabá, a “gangue do chicote” ameaçavam familiares das vítimas. O grupo, que ficou conhecido através de vídeos mostrando o espancamento de comerciantes, foi alvo da “Operação Piraim”, deflagrada na manhã desta quarta-feira (19) pela Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf). A ação prendeu dois empresários que contrataram os serviços do bando.

O primeiro contato com as vítimas era a fase de ameaças. Eles entravam em contato e, falando coisas do tipo: 'você tem uma esposa bonita, nós sabemos aonde seu filho estuda'. Então, era uma tortura psicológica de forma constate. Quando eles não tinham êxito no recebimento através das ameaças, eles partiam para fase do espancamento, que todo mundo viu naqueles vídeos”, constatou o delegado Guilherme Bertoni.

O policial ainda falou que o grupo recebia 30% dos valores que cobravam. Além disso, foi constatado que as dívidas aumentavam cada vez mais, chegando a juros exorbitantes, pelas quais as vítimas não tinham condições de pagar.

Os executores que aparecem nos vídeos espancando as vítimas a chicotadas ainda não foram encontrados, mas a polícia informou que sabe os locais em que eles podem estar, e as buscas continuam para realizar a captura dos suspeitos. São eles Sérgio da Silva Cordeiro, José Augusto Figueiredo, Benedito Luiz Figueiredo e Guilherme Augusto Ribeiro.

OPERAÇÃO PIRAIM

Na manhã desta quarta-feira (20), a Polícia Civil deflagrou uma operação contra os integrantes e contratantes da 'quadrilha do chicote', como ficou conhecida, que torturava comerciantes que possuíam débitos com agiotas. As investigações mostraram que, na maioria dos casos, os suspeitos cobravam juros exorbitantes, fazendo com que as vítimas abrissem mão de suas propriedades, como carros. 

O grupo que filmava as sessões de tortura e postava nas redes sociais também sequestrou as vítimas e extorquiu familiares com intuito de receber a maior quantidade de dinheiro possível. 

Ao todo, foram expedidos seis mandados de prisão e dois contratantes foram presos.



Comente esta notícia