O governo do Estado demitiu três agentes de tributos após a comprovação em um processo administrativo disciplinar de que todos receberam dinheiro da empresa Caramuru Alimentos S/A para favorecê-la com redução de dívida de R$ 65 milhões para R$ 315 mil.
Os atos de demissão foram publicados nesta terça-feira (14), no Diário Oficial do Estado.
Todos foram alvos da 'Operação Zaqueus', deflagrada em 2017 pela Polícia Civil, para investigar a suspeita de prática de crimes por agentes de tributos.
Para reduzir a dívida da Caramuru, cada um dos agentes teria recebido propina de até R$ 1,8 milhão.
André Neves Fantoni, um dos agentes, é tido pelo Ministério Público como líder do esquema. Por isso, responde pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, fraude processual, coação no curso do processo, estelionato e associação criminosa.
Já Alfredo Menezes de Mattos Júnior e Farley Coelho Moutinho respondem pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e fraude processual.
O esquema veio à tona após o advogado Themystocles Ney de Azevedo de Figueiredo firmar uma colaboração premiada com o Judiciário.
Na Defaz, o advogado afirmou ter tido medo de ver seu nome envolvido numa investigação após conhecer, por meio da imprensa, outra denúncia envolvendo a Caramuru Alimentos S/A, na campanha eleitoral de 2016.
O empresário Walter de Souza Júnior, representante da Caramuru, responde por corrupção passiva, fraude processual, estelionato e lavagem de dinheiro.
Themystocles Figueiredo, colaborador da Justiça, responde por lavagem de dinheiro. A ação penal está em segredo de Justiça e caminha para sentença.