A Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor investiga a empresária Taiza Tosatt Eleoterio da Silva, de 28 anos, o policial federal Ricardo Mancinelli Souto Ratola, de 45, e o cirurgião geral Diego Rodrigues Flores, de 32.
Eles são apontados como donos da empresa DT Investimentos, acusada de prática de pirâmide financeira em Cuiabá. Pelo menos seis investidores já procuraram a Polícia Civil denunciando o grupo.
Uma pirâmide financeira é um esquema proibido que gera recursos com a adesão de novos participantes, sempre prometendo ganhos acima dos de mercado.
“Ela [a empresa] só está captando dinheiro de novos investidores. Com esse dinheiro, pagando os primeiros investidores até que chega um momento em que eles já lucraram muito e que já não têm uma entrada suficiente de novos investidores. Eles deixam de fazer os pagamentos e desaparecem”, explicou o delegado Rogério Ferreira em entrevista ao MTTV da Rede Globo.
De acordo com as denúncias, a empresa DT Investimentos - antiga TR Investimentos - prometia lucros de 3% a 5 % ao mês a depender da quantia investida.
De R$ 10 mil a R$ 50 mil, o retorno era de 3% ao mês, de R$ 55 mil a R$ 100 mil era de 4% e de R$ 105 mil a R$ 150 mil o retorno seria de 5% ao mês.
Um dos denunciantes relatou à reportagem do MTTV que durante um ano recebeu o valor combinado, mas que, depois disso, os pagamento deixaram de ser feitos.
“Eles nos falaram que esse dinheiro seria utilizado para fazer transações em bolsas (de valores), day trade, swing trade, essas coisas... Eles fizeram uma proposta de rendimento para nós. Então a gente fazia um reinvestimento mensal aí, em torno de R$ 600 a R$ 800 por mês”, relatou uma pessoa que preferiu não se identificar.
A empresa chegou a funcionar em uma das salas de um prédio de alto padrão localizado no Centro Político e Administrativo de Cuiabá. No entanto, após a interrupção dos pagamentos, aproximadamente em setembro de 2022, a DT Investimentos mudou de endereço e os investidores não conseguiam mais contato.
“É uma revolta muito grande. É uma situação que às vezes chega a ser desesperadora porque você não sabe o que fazer, suas mãos estão atadas”, disse outra pessoa ouvida pela reportagem.
Segundo a Polícia Civil, os valores ainda podem ser recuperados e os sócios da empresa podem responder por crime contra a economia popular, lavagem de dinheiro e outros delitos do gênero.
Respostas dos envolvidos
Segundo a reportagem da TV Centro América, os acusados negaram que tenham cometido os crimes.
A defesa de Defesa de Taiza afirmou que “os fatos são indicativos de desacordos comerciais e que não podem ser caracterizados como crimes”.
Os desacordos estariam sendo discutidos em ações de cobrança na justiça e que “oportunamente serão encaminhadas as propostas para o pagamento dos valores em atraso”.
A defesa de médico cirurgião, por sua vez, alegou que nunca foi sócio da DT Investimentos, apesar de constar como tal na publicidade da empresa.
As medidas judiciais já estão, segundo a defesa, sendo estudadas, além dos contratos terem todos sido assinados por Taiza, que já teria inclusive assumido perante que o médico não era sócio da empresa.
Já a defesa de Ricardo alegou que ele foi uma das vítimas da empresária, única responsável pela DT Investimentos, e que as ações judiciais também já estariam em andamento para reaver o valor que foi investido.
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