15 de Setembro de 2024

OPINIÃO Segunda-feira, 17 de Julho de 2023, 10:35 - A | A

Viva Sant'Ana

neila barreto

 Neila Barreto

A festa de Sant'Ana é celebrada em Várzea Grande-MT e em outras partes do país como um legado cultural e religioso deixado por parte dos portugueses em terras americanas.

Conforme Roberto Loureiro, em Cultura Mato-grossense: Festas de Santos e outras tradições, segundo a tradição católica-romana, Santa Ana ou Sant'Ana é a mãe da virgem Maria, avó de Jesus, esposa de São Joaquim e é considerada a padroeira dos idosos. O seu dia é comemorado pela Igreja Católica no dia 26 de julho.

No Ocidente a comemoração de Sant'Ana tornou-se forte após o século X, sendo que no Oriente era venerada desde o século IV. Sant'Ana e São Joaquim com idade avançada não tinham filhos. Sant'Ana rezou a Deus e ficou grávida de Maria. Em agradecimento jurou a Deus que entregaria a filha para ser criada no templo e assim receber a preparação para ser a mãe do Salvador.

A existência de uma crescente e significativa produção realizada sobre aspectos da história eclesiástica, quais sejam, festas religiosas, cultos e devoções aos padroeiros e santos, já se reconhece como importante no âmbito da historiografia brasileira e mato-grossense.

Esse movimento em direção aos estudos sobre nuances da Igreja Católica no Brasil encontrou espaço propício no âmbito das universidades públicas e católicas, onde professores e alunos, integrantes de programas de pós-graduação, passaram a desenvolver discussões e debates de maior alcance, informa a historiadora Maria Adenir Peraro.

Da década de 1970 aos dias atuais, quando um significativo número de cursos de pós-graduação fora criado, a escrita sobre a história da Igreja Católica, sofreu influências das tendências e apreensões trazidas à cena pela Nova História.

Multiplicaram-se os temas de estudo vinculados às questões regionais por conta das “descobertas” de novos arquivos e de novas fontes, tocando-se, pois, em temas em torno da história das práticas culturais, das devoções, dos cultos, dos casamentos consanguíneos, das famílias, da ilegitimidade, da mulher, da criança, dentre outros.

De modo geral, as discussões e debates, não se fecham em si mesmos, pois dialogam com a historiografia nacional e abrem perspectivas de pesquisa e revelam esforços de investigação que contribuem para iluminar estudos sobre a Festa de Sant'Ana.

(*) NEILA BARRETO é historiadora, presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso, membro da Academia Matogrossense de Letras e escreve para o "A Imprensa de Cuiaba". 



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