17 de Abril de 2025

OPINIÃO Sexta-feira, 07 de Junho de 2024, 14:42 - A | A

O meio ambiente é sagrado e a natureza cobra o seu espaço

neila cadeira

 Neila Barreto

Neste 5 de Junho comemoramos o Dia Mundial do Meio Ambiente, que tem por objetivo a promoção de atividades de proteção e preservação do meio ambiente.

A data serve como alerta à sociedade sobre os perigos que a humanidade corre quando a tarefa de cuidar do mundo em que vivemos for esquecida. A data foi criada pela Assembleia Geral das Nações Unidas na resolução (XXVII) de 15 de dezembro de 1972, focado na preservação dos recursos naturais.

E o exemplo ocorrido no estado do Rio Grande do Sul é um alerta para o Brasil e para o Mundo. Quantas pessoas mortas e desaparecidas até os dias atuais. Quanto sofrimento da população. Quantos desabrigados! Quantas crianças pequenas vivendo em abrigos sem os seus pais, as suas famílias. Agricultores arrasados com a perda do seu plantio. Empresários angustiados com a perca dos seus negócios. Hospitais abarrotados de pessoas doentes e necessitadas, sem falar nos pobres animais. Vândalos e homens sem leis depredam bens patrimoniais sem nenhum pudor. Crianças sendo abusadas em abrigos. Quanta violência. Quanto sofrimento.

A natureza está pedindo respeito ao mundo, demarcando os seus caminhos e mostrando a sua força.

É preciso rever normas e procedimentos das industrias da construção civil, da engenharia, dos órgãos ambientais, dos poderes.

E o que estamos fazendo para proteger esse meio do qual dependemos tanto para viver e sobreviver? Vamos aqui listar alguns itens que os gestores públicos e privados das cidades precisam se ater com o objetivo de preservar o ambiente para gerações futuras, como por exemplo, a importância e a magnitude dos recursos financeiros para a revitalização de rios que estão ligados ao âmbito do urbanismo e do planejamento urbano; a requalificação de áreas abandonadas ou semidestruídas de alguma cidade ou local, que anteriormente impossibilitava a ocupação sendo ela residencial, comercial ou turística.

O procedimento para instalação da obra para revitalização desses rios requer o cumprimento de uma série de medidas de proteção ambiental, de acordo com a Constituição Federal e respectivas leis e regulamentações federais, estaduais e municipais.

Em Cuiabá, uma cidade cercada por córregos e rios muitas áreas foram degradadas. Pelas próprias mãos dos homens. Não temos mais a Praia do Náutico – área de lazer destruída pelo assoreamento do rio Cuiabá, por grande quantidade de esgotos nele despejado, pela destruição das matas ciliares, pela ganância de muitos.

Na nascente do Ribeirão Prainha lá pelas bandas do bairro Alvorada, no centro de Cuiabá, edifícios foram construídos matando e poluindo muitas nascentes. Condomínios de luxo foram construídos sobre nascentes de água próximo ao shopping pantanal e em diversos lugares da capital.

Os córregos da cidade de Cuiabá, muitos aterrados deram lugar a ruas e avenidas. Por outro lado, podemos verificar que é muito grande a contaminação das fontes naturais, nascentes, rios, lagos, represas, poços e outros mananciais. Isto tudo aliado à degradação ambiental e, pasmem! Tudo com a ajuda da mão do Homem e dos gestores públicos preocupados apenas com o seu bem-estar. É uma situação preocupante.

Uma área muito importante para a cidade de Cuiabá é a do São Gonçalo Beira, localizado no Coxipó da Ponte, na capital, sendo imprescindível a sua preservação para gerações futuras, pensando também na cultura e no turismo. Cuiabá é um dos 65 Polos Indutores de Turismo, identificados nos estudos do Ministério do Turismo no Brasil.

Conforme a regionalização do turismo no estado de Mato Grosso, é o principal município do Polo Cerrado. No São Gonçalo Beira Rio, nos espaços coletivos mais populares acontecem manifestações de ritmos, danças e folguedos como o siriri, o cururu e o rasqueado. E a gastronomia é rica em doces como o de caju, de banana e o furrundú. A paçoca de pilão, Maria-Izabel e farofa de banana fazem tanto sucesso quanto um bom churrasco e uma variedade imensa de peixes fritos e assados, como pacu e o Matrinchã. A Comunidade de São Gonçalo Beira Rio está entre essas áreas de opções de lazer para os finais de semana dos cuiabanos e visitantes e vem se transformando a cada dia como ponto de referência gastronômico local.

No entanto, muito pouco é feito para a preservação das margens do rio onde ele está localizado. Não tem rede de esgoto. As suas margens estão maltratadas. Suas margens não são reflorestadas. Os carros violam a área do rio. As construções de quiosques invadem as margens do rio Cuiabá. O lixo contribui para a contaminação do rio, etc.

O que fazer, quando a prioridade da cidade não é o saneamento básico? Como educar crianças para cuidar do meio ambiente, se muitas vezes o ambiente contaminado é o seu lar? Atenção autoridades este é um assunto que afetará a sua vida, a da sua família, a cidade onde mora e muito mais. É hora de pensar!

Este ano muitos pensarão momentaneamente neste assunto. O assunto será alardeado chegando até os nossos pantanais. Passando o ritmo da política, tudo continuará igual?

(*) NEILA BARRETO é jornalista, historiadora, membro da AML e presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso.



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