O Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso (IHGMT) está assentado na Casa Barão de Melgaço, assim como a Academia Mato-grossense de Letras, no Centro Histórico de Cuiabá.
Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, a área abrange um expressivo conjunto arquitetônico, urbanístico e paisagístico, representante de antigas construções erguidas em 1721, nas vias urbanas, a pequena distância do córrego da Prainha, afluente do rio Cuiabá. Receptáculos de patrimônios materiais e imateriais, os casarios são “monumentos/documentos”, nos dizeres de Jacques Le Goff.
Exprimem ideias, emoções e valores estéticos altamente significativos, ainda que necessitem de urgentes ações de revitalização, proteção e uso do patrimônio cultural. Mesmo que sua arquitetura remeta a um passado colonial, sua produção busca um pensar decolonial que abarca materialidades e imaterialidades que comportam saberes diversos, diferentes epistemologias, sem infundir um único modo de pensamento.
O IHGMT, um “monumento-documento”, fundado em 1919 por Dom Francisco de Aquino Correia, à época Governador do Estado de Mato Grosso, afirma-se como uma das mais antigas instituições culturais mato-grossenses.
Desde sua fundação, avizinhado com a sociedade, preocupa-se em fomentar a pesquisa e divulgação do conhecimento histórico, geográfico, antropológico, etnográfico, político, sociológico do Estado.
Grande parte dos resultados das pesquisas desenvolvidas por seus membros encontra-se socializada nos números impressos da Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso, periódico anual da instituição, hoje perfazendo 84 números, disponibilizados na biblioteca da Casa Barão de Melgaço, esta sob a curadoria de Elizabeth Madureira Siqueira.
Foi na presidência de Neila Maria de Souza Barreto e na vice-presidência de Allan Kardec Pinto Acosta Benitez que se efetivou um antigo desejo de disponibilizar via internet o conjunto do periódico institucional.
Edson Benedito Rondon, membro do IHGMT e atual presidente do Conselho Editorial, aceitou o desafio de criar elementos (textos, gráficos, imagens e sua respectiva forma) e organizar o sistema eletrônico de editoração dos números da revista.
De acordo com Rondon, a revista do IHGMT “tem como suporte de organização e layout visual o Sistema Eletrônico de Editoração de Revista (SEER), com vários números disponíveis para consulta de maneira interativa e de fácil manuseio, cabendo a cada leitor escolher se deseja baixar o número de interesse de forma completa ou somente o artigo que lhe convier. O sistema facilita a busca por trabalhos localizados na base de dados por algoritmos decorrentes de palavra digitada, que pode ser o nome de um autor ou mesmo um local ou título da obra. O sistema retorna de maneira muito rápida, inclusive, indexando os trabalhos de um mesmo autor, por exemplo.”
O IHGMT, ao disponibilizar seu periódico em rede de conexões globais que permitem o compartilhamento instantêneo de sua produção, dá a conhecer as temáticas abordadas, as fases de pensamento instituional, suas compreensões acerca dos problemas brasileiros. Também estimulará novas análises que tracem delineamentos acerca da natureza teórico-metodológica dos estudos produzidos ao longo dos anos de sua existência que, certamente, culminarão na imagem (ou nas imagens) que a instituição oferece sobre Mato Grosso.
Ao ser disponilizada em espaço virtual, a coleção da revista mais longeva de Mato Grosso torna seu acesso ainda maior (os números impressos vem sendo distribuidos gratuitamente às instituições de ensino, organizações governamentais e não governamentais que manifestem interesse em adquirir). Com os méritos de seus presidentes e editores, chega a dimensões mais diversificadas de agentes sociais, atuantes em múltiplas instâncias.
Evocando as palavras de Elizabeth Madureira Siqueira, “o IHGMT deve ser tratado à altura de sua dignidade e do seu relevante papel na construção originária da História de Mato Grosso, e sua produção tida enquanto distintiva de diversas épocas, uma vez que, nos seus primórdios, a maioria dos sócios era composta por engenheiros, advogados e professores, sendo que com sua evolução, principalmente a partir da década de 2000, a instituição incorporou diversos pesquisadores ligados a instituições de ensino superior nas áreas das Ciências Humanas e Sociais, o que determinou sua inovadora produção contemporânea.”
Orgulhosamente, o IHGMT saúda 2024 com sua volumosa produção, agora disponível também em ambiente virtual. Sem dúvida, um precioso patrimônio mato-grossense. Basta acessar o sítio www.revistaihgmt.com.br para dar início às experiências acadêmicas de seus membros.
Anna Maria Ribeiro Costa – É Escritora Pesquisadora com pós-doutoramento em Ciências Sociais PUC/SP