Poeta. Cronista. Jornalista. Jurista. Escritor. Genealogista. Fundador do Centro Mato-grossense de Letras, em 15 de maio de 1921, junto a Lamartine Ferreira Mendes, João Barbosa Faria e outros, na residência de José de Mesquita, localizada à Rua 13 de junho em Cuiabá, com 24 sócios, dos quais doze fundadores, que escolheriam os demais membros. Depois elevou-se esse número para 30, de acordo com a Academia Brasileira de Letras e, depois 40, em função dos novos Estatutos, votados em 28 de agosto de 1944.
Essa fundação foi efetivada em 24 de maio do mesmo ano e solenemente instalada em 07 de setembro de 1921, no Palácio da Instrução, onde à época funcionava o Liceu Cuiabano, sob a direção do professor Philogônio Corrêa, tendo na Presidência do Centro, José Barnabé de Mesquita. Esse prédio localizado no centro da capital, hoje Biblioteca Pública Estevão de Mendonça. O Centro Mato-grossense de Letras foi reconhecido em 1922 de utilidade pública e filiado a Confederação das Academias de Letras do Brasil.
Em 7 de Setembro de 1932, o Centro Mato-grossense de Letras foi transformado em Academia Mato-grossense de Letras – AML. O número de membros (30) permaneceu até 1940 e, em 1944 foi efetivada o número de 40 cadeiras, fixando-se em 50 o número de sócios correspondentes.
Desde a sua fundação, em 1921, a Academia foi presidida pelo Desembargador José de Mesquita, ocupante da Cadeira 19, até 22 de junho de 1961, data do seu falecimento. Durante esses 40 anos, viveu a Academia um período de fastígio e de extraordinária vitalidade.
José Barnabé de Mesquita nasceu em Cuiabá a 10 de março de 1892, filho de José Barnabé de Mesquita (Sênior) e Maria de Cerqueira Caldas. Encontra-se sepultado no cemitério da Piedade, quadra A, tumulo 25, na capital. Viúva, sua mãe casou-se em segundas núpcias, com o também viúvo, comendador Antônio Thomaz de Aquino Corrêa, pai de Francisco de Aquino Corrêa, filho do seu primeiro casamento com Maria de Alleluia Gaudie Ley. A partir de então, José Barnabé de Mesquita, sob o mesmo lar, passou a conviver com seu coirmão, Dom Francisco de Aquino Corrêa. Do segundo casamento nasceu João Bosco de Aquino Corrêa. O Desembargador José Barnabé de Mesquita casou-se, em 1915, com D. Anna Jacintha Pereira Leite, filha do Desembargador e Deputado Federal, João Carlos Pereira Leite e Amélia de Cerqueira Caldas, ela, filha de Antonio de Cerqueira Caldas, Barão de Diamantino.
Nesses 40 anos de gestão junto ao Centro Mato-grossense de Letras e Academia, José de Mesquita publicou em 1922 a 1932, os Tomos I a XXII e de 1933 a 1959, os Tomos I a LII, da Revista da Instituição. Em 1961, foi editado um volume – Tomos LIII-LIV, dedicado à memória de José de Mesquita. Em 1992, em 10 de março, a AML comemorou o Centenário de José de Mesquita, ocasião esta, onde a Empresa Brasileira dos Correios e Telégrafos lançou a marca postal comemorativa do nosso fundador, bem como, a reedição de sua obra com o título “Genealogia Mato-grossense”, naquele momento dissertada pela historiadora Vera Iolanda Randazzo, ocupante da Cadeira 19 à época. Hoje, a Cadeira 19 é ocupada pela Jornalista e historiadora Neila Maria Souza Barreto. Muita Honra!
José de Mesquita publicou diversas obras, entre elas, “A Cavalhada”, “Contos Mato-grossenses” (1928), “Espelho d' Almas”, (prêmio da Academia Brasileira de Letras, (1932), “Piedade”, (romance - 1937), “De Lívia a Dona Carmo”, ensaio em que evocou as “mulheres na obra de Machado de Assis”, (1939), e “No Tempo da Cadeirinha” (1946), comprovando a variedade do gênero literário serviram para comprovar sua agilidade mental, cuja linguagem esmerada e polida jamais descambou para intencionais deslizes de pensamento ou de expressão.
Em pequenos textos fez fulgurar personagens interessantíssimas para a trajetória de Mato Grosso, como “Um homem e uma época - Monsenhor Bento Severiano da Luz”, que o Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso - IHGMT admitiu na classe de sócio correspondente, em 1892, de João Poupino Caldas e Manuel Alves Ribeiro, dois caudilhos de inquieta liderança regional, do Taumaturgo do Sertão, Frei José Maria Macerata, que logrou fama de santidade, propagada pelo povo. Além dos temas individuais, também versou outros de ordem geral, com análoga perspicácia, como “Grandeza e Decadência da Serra Acima”, “As Acrópoles Cuiabanas”, “Os Jesuítas em Mato Grosso”, “A Chapada Cuiabana - Ensaio de Geografia humana e econômica”, oferecido ao IX Congresso Brasileiro de Geografia”, “Gente e cousas de antanho”, série de encantadoras crônicas de primorosa literatura histórica sob o olhar de quem viu e viveu.
Quanta Honra! José Barnabé de Mesquita, hoje ocupar a sua Cadeira 19 na Academia Mato-grossense de Letras.