A Tomada de Água de Cuiabá-MT foi inaugurada em 08 de abril de 1969, no governo Pedro Pedrossian (31/01/1961 a 15/03/1971), hoje denominada Captação de Água Bruta – Engº Domingos Iglesias Valério, localizada no Ribeirão do Lipa, bairro Ribeirão da Ponte, na capital. A Companhia de Construções e Dragagens LTDA – CODRASA – sediada em São Paulo-SP, foi a empresa que venceu a concorrência para a construção da Tomada de Água, em Cuiabá e a Estação de Tratamento de Água, em Corumbá-MS.
Segundo pesquisa histórica, a obra foi considerada um dos pontos de maior destaque no quadro das realizações governamentais em benefício de Cuiabá, com capacidade inicial de fornecimento de 500 litros de água por segundo, prevista para o atendimento das necessidades de uma população de 150 mil pessoas e, orçada à época, em Ncr$ 2.500.000,00, onde o conjunto completo era composto de cinco motores de 400 HP.
No mesmo período, o governo da época, também construiu uma ponte de 225 metros, dando acesso à casa de máquinas de 22m x 12, à qual se ligava um tubo mestre de 550 milímetros, percorrendo uma extensão de 4.000 metros até a estação de tratamento de água (II) – Austregésilo Homem de Mello, localizada na Avenida São Sebastião, no bairro Quilombo, construída também na administração Pedro Pedrossian.
Nesta primeira fase de construção, a água captada no Ribeirão do Lipa foi enviada à estação de tratamento (I) – Engº José Brunello Bombana, inaugurada em 1942, localizada na Avenida Presidente Marques, bairro Quilombo, até a conclusão da nova estação (II), inaugurada em 22 de fevereiro de 1970, situada na Avenida São Sebastião, em Cuiabá.
As Centrais Elétricas Mato-grossenses S/A - CEMAT, por sua vez, objetivando atender às necessidades desta nova estação, construiu um alimentador primário de 13.200 volts, com seis quilômetros de extensão, utilizando-se postes de madeira.
Esses importantes trabalhos realizados por uma equipe especializada da CODRASA, cujos diretores locais foram os engenheiros José Roberto e Antônio Carlos do Amaral Zaitune, além dos engenheiros Luiz Augusto Almeida da Mota Pacheco, Francisco Porfírio Neto e Oscar José de Castro Lacerda. O mestre geral das obras foi o senhor José dos Santos Neto, estando os trabalhos administrativos do escritório a cargo de Raimundo da Silva.
Em Cuiabá, além da imponente construção do Cais do Porto, localizado às margens do rio Cuiabá, no bairro do Porto inaugurado em 1968, a CODRASA, executou a construção da estação de captação e tratamento de água, como também, a nova adutora de água e, ainda, a reforma da Ponte Júlio Muller, que liga Cuiabá a Várzea Grande, inaugurada em 08/04/1969. No local foram substituídos todos os equipamentos operacionais da área de eletroeletrônica e mecânica, além da reforma geral nas suas instalações.
Para a realização desta obra, que foi executada pela Companhia de Saneamento da Capital (Sanecap), foram investidos cerca de R$ 2 milhões, recursos próprios da Prefeitura de Cuiabá. Conforme o diretor técnico da Sanecap, à época, engenheiro Édio Ferraz Ribeiro, esta é a primeira vez que a captação do Ribeirão do Lipa recebe substituição de seus equipamentos, desde que foi inaugurada em 1969.
Foram substituídos todos os cinco motores de 400 cv para novas unidades mais potentes, de 500 cv, além de sete disjuntores (um a gás e seis a vácuo) de média tensão (13,8 KV), seis comandos e inversor de freqüência (também substituindo os antigos). A captação recebeu também, a instalação de seis novos transformadores, de 500 KVA, substituindo os antigos, que foram desativados.
Nesse processo de modernização do Ribeirão do Lipa também foram trocados os equipamentos das Estações de Tratamento de Água I e II, localizadas respectivamente, nas Avenidas Presidente Marques e São Sebastião, no bairro Quilombo, executados pela ABB/Hidrosan, no valor total de R$ 3.177.000,00.
A Captação de Água Bruta do Ribeirão do Lipa recebeu o nome do engenheiro Domingos Iglesias Valério e, é responsável pelo abastecimento de 60% dos bairros da capital, entre eles, as regiões do grande CPA, Dom Aquino, Cidade Verde, Cidade Alta, Santa Rosa, Jardim Cuiabá, Centro, Araés, Santa Helena, Quilombo, Jardim Itália, Jardim das Américas, Carumbé e adjacências.
(*) NEILA BARRETO é Jornalista. Mestre em História. Membro da AML e atual presidente do IHGMT.
Noedno Martins 15/01/2023
Adoro as informações sobre nossa querida Cuiabá mesmo sendo "pau rodado", quem aquele que não gosta de se deliciar com as informações do passado? Se não for pedir muito gostaria de saber sobre as pontes que ligam Cuiabá a VG, conta que a ponte de ferro da guia foi importada e houve ou calote. Será mesmo? Se puder nos conte um pouco.
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