Dez inquéritos que tinham o ex-governador Pedro Taques no centro das investigações foram arquivados pela Justiça Eleitoral e Polícia Federal. O quantitativo representa a maioria dos inquéritos abertos em função da colaboração premiada do empresário Alan Malouf.
Há apenas uma investigação cuja homologação do arquivamento ainda está pendente, contudo, a Polícia Federal já reconheceu a falta de provas no caso, assim como nos demais inquéritos cujos arquivamentos foram homologados. As acusações envolviam a prática de caixa dois, corrupção, falsidade ideológica e formação de quadrilha. Agora, segundo o ex-governador, Malouf será 'responsabilizado em juízo'.
No decorrer dos trâmites processuais, Taques destacou as inexitosas tentativas do colaborador de manter, por meio de suas empresas, contratos milionários com sua gestão. Segundo a tese levantada pelo ex-governador, que auxiliou na derrocada das acusações falaciosas do empresário, se acaso houvesse dívidas de campanha, como sustentava Malouf, elas poderiam ser saldadas com recursos públicos nas diversas negociações junto à administração pública das quais as empresas do colaborador participou.
Contudo, as três tentativas de licitação foram recusadas pelo governo Taques em virtude de não oferecer as melhores condições para o erário. A gestão do então governador também conseguiu evitar o pagamento de uma indenização superior a R$ 100 milhões à família do colaborador premiado.
À reportagem, Pedro Taques destacou que defendeu o patrimônio do Estado e 'não aceitou o roubo que ele [Alan Malouf] queria fazer através de suas obras e empresas'.
Os inquéritos arquivados versavam sobre as supostas doações ilegais à campanha de Pedro Taques partindo das empresas Consignum, Construtora HL, TR Produções, FCS, Vetor e Casa de Ideias. Também teriam doado ilegalmente o empresário Fernando Minosso, empresas do setor sucro-alcoleiro, Cervejaria Petrópolis, Gráfica Print e Posto Marmeleiro.
Malouf havia delatado ainda o suposto pagamento de propina a pelo menos duas pessoas para que compusessem o alto escalão do governo Taques, além de pagamentos a ele próprio. Uma última denúncia tratava do tráfico de influência junto ao Gaeco e à ex-juíza Selma Arruda.
SETOR SUCRO-ALCOLEIRO
A única investigação que ainda não foi formalmente arquivada é a que envolve as empresas do setor sucro-alcoleiro. No dia 1º de dezembro, o delegado Carlos Henrique Souza dos Santos, da Polícia Federal, emitiu relatório atestando que, nas diligências investigatórias empreendidas, não foram encontrados elementos que indicassem o recebimento desses valores pelo investigado.
"Dessa forma, não existiu crime de omissão de valores recebidos a título de doação eleitoral, uma vez que não há provas do recebimento desses valores pelo candidato", escreveu a autoridade policial.
Ao HNT, o ex-governador, que sofreu prejuízos inestimáveis à sua imagem, adiantou que Malouf será responsabilizado em juízo pelas falsas acusações. Com isso, segundo Taques, o empresário poderá perder o acordo de colaboração premiada.