O governador Mauro Mendes (União)
O governador Mauro Mendes (União) disse que possui uma estratégia para solucionar os problemas relacionados às obras do Bus Rapid Transit (BRT), mas optou por não entrar em detalhes. De acordo com o chefe do Executivo estadual, ele tem algumas “cartas na manga” e deve utilizá-las em breve.
A declaração foi dada após o Governo de Mato Grosso anunciar, na quarta-feira (5), a decisão de rescindir o contrato com o consórcio responsável pela obra. A medida foi adotada devido ao descumprimento repetido do acordo, que teve início em 24 de outubro de 2022 e previa a conclusão das obras até 13 de outubro de 2024.
“O Governo de Mato Grosso ele tem uma estratégia sim, jamais tomaria uma decisão dessa se eu não tivesse algumas cartas na manga. Quem me conhece, sabe que eu não ajo por impulso, não fico aí dando entrevista, falando aquilo que o governo não tem a certeza que ele possa fazer. Então, se nós tomamos essa medida, é porque nós sabemos os próximos passos, mas eu prefiro concretizar esses passos para depois anunciar”, declarou o governador.
Mauro afirma que está aguardando a resposta do consórcio sobre a rescisão do contrato para colocar em prática os próximos passos. De acordo com o ele, um dos argumentos apresentados pela empresa será o de que o atraso de um ano nas obras se deve à falta de alvarás, documentos que são emitidos pela Prefeitura de Cuiabá. Na época, a cidade era administrada por Emanuel Pinheiro (MDB), que tem uma relação conflituosa com o governador.
“O consórcio vai responder à notificação, isso faz parte daqui que está explicando no contrato. Nós temos que ver os argumentos deles. Um deles que eles vão trazer nós já sabemos. Eu já disse publicamente, eles têm razão: ‘as obras ficaram um ano atrasadas em Cuiabá’ e a prefeitura [de Cuiabá] foi na justiça, travou, obstruiu, fez tudo que era possível atrapalhar o BRT”, pontuou.
Ao ser questionado sobre o prazo para a retomada das obras, o governador afirmou que ainda não é possível estabelecer uma data, mas garantiu que, em breve, os trabalhadores voltarão ao local para dar continuidade ao projeto do BRT.
“Eu preciso receber a resposta do consórcio para, na próxima semana, diante da resposta oficial deles e de alguns levantamentos e providências que já estão sendo tomadas desde o início do ano, conseguirmos definir isso. Não quero chutar prazos, mas quem me conhece sabe que o trabalho é feito com seriedade e que esse prazo será o menor possível. Pode ser semanas, pode ser alguns poucos meses, mas em breve essas obras estarão recomeçando”, concluiu.
Segundo o governo estadual, em pouco mais de dois anos, apenas 18% das obras foram finalizadas. Além disso, o consórcio não cumpriu os compromissos assumidos com os fornecedores, apesar de os repasses do Executivo terem sido realizados conforme estabelecido no contrato.
O Consórcio BRT foi notificado da rescisão e terá cinco dias úteis para apresentar sua defesa.
