A negativa da Justiça de Mato Grosso em prender o fazendeiro Claudecy Oliveira Lemes, acusado de ter feito desmate químico no Pantanal para plantar capim e fazer pasto para gado, repercutiu nas redes sociais esta semana.
A decisão foi tomada no último domingo (14.04) pelo juiz João Francisco Campos de Almeida que alegou que a prisão preventiva de Claudecy seria “a prisão preventiva é medida de extrema exceção”.
Uma das figuras a repercutir o caso foi o jornalista ambiental e apresentador na Globo News, André Trigueiro, que compatilhou no X (antigo Twitter) o link da matéria ‘Juiz nega prisão de fazendeiro acusado de desmate químico no Pantanal’, do PNB Online.
O tuíte gerou centenas de comentários desfavoráveis à decisão da Justiça.
“O dinheiro é muito poderoso nesse país”, comentou um dos internautas. “Não esperava menos que isso. Crime ambiental nesse país sempre passa impune”, destacou outro usuário. “Ontem um rapaz negro pula uma catraca do metrô de SP e leva um tiro do PM, hoje isso… A verdade é que se você for homem, rico e branco você pode cometer absolutamente qualquer crime nesse país e não ser punido por isso”, destacou outra.
Entenda o caso
O caso foi revelado pelo Fantástico no último domingo (14.08). Claudecy Oliveira Lemes tem 11 fazendas no município de Barão de Melgaço e é suspeito de desmatar parte do Pantanal para plantar capim e fazer pasto para boi. O fazendeiro desmatou, segundo as investigações, 80 mil hectares do Pantanal. A área equivale ao tamanho da cidade de Campinas (SP).
Para conseguir transformar a área em pastagem, o fazendeiro despejou herbicidas, ao longo de três anos, com uso de aeronaves, segundo as investigações. As notas fiscais apreendidas pela Polícia Civil revelam que, só com a compra de agrotóxicos, ele gastou R$ 25 milhões. Lemes nega o uso de agrotóxicos.