A IMPRENSA DE CUYABÁ

Terça-feira, 13 de Setembro de 2022, 14h:27

Delegado: Houve homicídio por motivo banal, não crime político

Ele afirmou que discussão escalonou para morte, mas não foi cometida com finalidade ideológica

Angélica Callejas - Midia News

Rafael silva

 

O delegado-adjunto da Delegacia Municipal de Confresa, Higo Rafael de Oliveira, afirmou que o homicídio do lulista Benedito Cardoso dos Santos, de 44 anos, ocorrido na zona rural do muncípio, na semana passada, não se enquadra em crime político.

 O crime ocorreu no dia 7 de setembro no Município. Benedito e o assassino Rafael Silva de Oliveira, de 24 anos, defensor do presidente Jair Bolsonaro (PL), entraram em uma discussão sobre os presidenciáveis. A vítima acabou esfaqueada 15 vezes, sendo quase decapitada.

 “Entende-se que um crime é político quando o bem jurídico afetado tem a finalidade ideológica. O crime é praticado com a finalidade ideológica. Então, o autor tem uma ideologia, e em razão dessa ideologia dele, ele pratica crimes”, disse o delegado ao MidiaNews.

 O delegado explicou que a legislação brasileira não define claramente o que é considerado crime político. Por isso, há uma lacuna para interpretar esse tipo de crime, que, segundo ele, não se aplica ao assassinato de Benedito.

O que aconteceu aqui em Confresa foi um homicídio qualificado pelo motivo fútil e pelo meio cruel, motivado por uma discussão, por um debate sobre política, a respeito de política”, frisou.

 O delegado narrou o caso da seguinte forma: um debate sobre política é iniciado, e posteriormente torna-se uma discussão acalorada, que se desenvolve em uma briga física e acaba em morte. 

 “Então, a gente não caracteriza isso como crime  político, mas a gente considera isso como um homicídio normal, qualificado pelo motivo fútil e também pelo meio cruel, que também poderia ter sido acontecido por qualquer outro motivo”.

 Discussão essa, segundo o delegado, que poderia ter sido sobre qualquer outro assunto, como futebol, religião. “Mas em razão do contexto atual, que estamos bem próximo das eleições presidenciais, o assunto naquele momento, entre as duas pessoas, era sobre política”.