18 de Maio de 2024

EDUCAÇÃO Terça-feira, 21 de Novembro de 2023, 09:18 - A | A

Luzimar Collares

Falamos Português ou Portinglês?

O inglês está invadindo o nosso idioma ou tudo é reflexo da globalização?

Luzimar

 Luzimar Collares

Às vezes nem percebemos, mas palavras e expressões que não são da língua portuguesa estão cada vez mais presentes na nossa comunicação.

Usamos site em vez de sítio eletrônicoe-mail é algo tão corriqueiro que nem lembramos que podemos usar correio eletrônico. Soa mais familiar dizer que vamos ao shopping center assistir a um show em vez de dizer que vamos ao centro comercial assistir a um espetáculo.

É inegável a influência do inglês em um mundo tão globalizado. E isso não ocorre somente em relação ao português falado no Brasil, mas também com outros idiomas, em outros países.

Não vamos aqui entrar na discussão linguística, se é bom ou não adotar no nosso vocabulário tantas expressões em inglês.

A reflexão aqui é se o uso demasiado de palavras em outro idioma pode ou não prejudicar a comunicação, comprometendo a compreensão da mensagem numa reunião ou numa conversa profissional, por exemplo.

Estrangeirismo por praticidade ou em excesso?

O fenômeno linguístico caracterizado pela apropriação de uma palavra ou expressão de um idioma de outro país é chamado de estrangeirismo. No nosso cotidiano, a lista de palavras em inglês que usamos é grande. Do hamburger ao fitness, da Black Friday ao networking, passando pelo print da tela do smartphone, sem deixar de falar do delivery e do coworking.

Há palavras que já foram adaptadas e incorporadas oficialmente ao português e passaram a constar até em dicionários. Um exemplo é ‘deletar’, que foi adaptada do inglês ‘delete’, que significa apagar.

O mundo corporativo há muito tempo empresta do inglês termos que são usados na rotina dos profissionais. Com a globalização, é comum ter ambientes em que convivem pessoas se comunicando em diferentes línguas. E há processos que, de fato, precisam ter um ‘idioma universal’, que possa ser entendido em qualquer lugar do mundo.

O estrangeirismo também se justifica em situações em que a palavra ou expressão não possui tradução para o português. Ou seja, faz sentido deixar em inglês palavras que são difíceis de ter uma tradução adequada e simplificada. E mesmo em ocasiões assim, considere explicar o significado do termo usado em inglês, pois pode haver alguém que não entenda.

A questão é que, quando o uso do estrangeirismo é desnecessário ou excessivo, vira vício de linguagem e dificulta a compreensão por parte de quem não domina o inglês, que é a língua estrangeira mais presente na nossa comunicação. Há quem prefira dizer “estou numa call” em vez de “estou numa ligação“. Outro exemplo: “vou enviar um convite para a próxima reunião” é mais simples de entender que “vou enviar um invite para a próxima reunião”.

O estrangeirismo é prejudicial quando a preferência é pelos termos em outro idioma, mesmo quando existe uma maneira de dizer a mesma coisa, de uma forma mais simples, em português. Quando usamos estrangeirismo somente por modismo e em excesso, é como se estivesse sendo inventado um novo idioma – o tal do Portinglês.

Se o objetivo é sempre tornar a comunicação clara e objetiva, principalmente no ambiente profissional, temos que ficar atentos ao uso de palavras que não fazem parte do vocabulário da maioria. E se a palavra é em outro idioma, o alerta deve ser redobrado. Portanto, use estrangeirismo com bom senso e moderação.

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