09 de Outubro de 2024

CULTURA Terça-feira, 26 de Setembro de 2023, 10:07 - A | A

LANÇAMENTO NO SENADO

Livro sobre Filinto Müller será lançado nesta terça-feira (26)

A obra marca os 50 anos da morte do político mato-grossense de maior expressão da história

Da Assessoria

filinto muler e getulio vargas

 À esquerda o presidente Getúlio Vargas, à direita Filinto Müller

O ex-senador e presidente do Congresso Nacional Filinto Müller volta ao Senado nesta terça-feira (26) com o lançamento do livro “Filinto Müller – A Verdade por Trás da Mentira”, do escritor e historiador João Carlos Vicente Ferreira. 

A obra marca os 50 anos da morte do político mato-grossense de maior expressão da história. O livro, além de contar detalhes do episódio fatídico da morte de Filinto, elucida também os bastidores de uma vingança pessoal, do então todo poderoso Assis Chateaubriand, que levou o jornalista David Nasser a criar, segundo João Carlos, criminosamente, uma imagem distorcida do político mato-grossense. 

De forma ousada e com uma linguagem simples e acessível, João Carlos produziu um livro vigoroso que pretende demolir todas as muitas acusações que Nasser “criou” para destruir o então chefe da polícia de Getulio Vargas, bem como as reproduções feitas a partir delas ao longo destes 50 anos. 

Segundo o escritor, a ideia é “limpar a reputação do político cuiabano que teve seu nome indevidamente associado a episódios de tortura e até ao nazismo” – Nasser chegou a falsificar o nome de Muller, incluindo a palavra Strubing, para ligá-lo aos alemães.

"Filinto foi a primeira vítima brasileira de uma fake news", diz João Carlos. “A coisa foi tão bem feita que até hoje o Google, a Fundação Getulio Vargas (FGV), a grande imprensa, escritores, jornalistas e entidades sérias de todos os níveis continuam grafando o nome do ex-senador como se fosse Filinto “Strubing” Muller. Mas os documentos mostram que ele nunca teve esse nome”, revela João Carlos. 

capa livro filinto muller

 

De acordo com o autor a obra mostra que Filinto foi execrado pela esquerda brasileira desde a Intentona Comunista, em 1935. “De lá para cá foram inúmeros os feitos por grupos políticos de esquerda para destruir a memória e biografia do grande brasileiro que foi Filinto Müller”. 

Um exemplo clássico, diz, é o best-seller Olga, de Fernando Morais, que virou até filme. “Até hoje a esquerda brasileira odeia Filinto Müller por ele ter liderado a campanha que abafou o propósito de implantação do comunismo no Brasil, em novembro de 1935”. 

O Político - General reformado do Exército, advogado e um dos políticos mais respeitados do País, Filinto Muller participou ativamente da política nacional desde o movimento armado de 1930, que culminou na ascensão de Getúlio Vargas à Presidência – de quem foi amigo pessoal e homem de confiança. 

Eleito quatro vezes para o Senado, entre 1947 a 1973, Filinto foi oficial de Gabinete do Ministro da Guerra, secretário da Interventoria de São Paulo (em 1932), diretor da Guarda Civil, delegado Especial de Segurança Política e Social e chefe de Polícia do Distrito Federal (de 1933 a 1942), durante o período do chamado Estado Novo. 

Depois da morte de Vargas, Filinto teve uma brilhante carreira política como senador da República. Foi líder do Governo entre 1955 e 1958; vice-Presidente do Senado Federal, de 1959 a 1961; líder do Partido Social Democrático (PSD), em 1961; líder do Governo em 1964; líder da Aliança Renovadora Nacional (Arena) entre 1966 a 1968; novamente líder do Governo e da Maioria a partir de 1969 e presidente da Arena de 1969 até sua morte em 1973. 

Morte trágica - A morte de Filinto Muller, então presidente do Senado, no dia 11 de julho de 1973, dia de seu aniversário de 73 anos, foi provocada por uma tragédia incomum: embora nunca tenha fumado, Filinto acabou morto por causa de um cigarro. 

Registros históricos mostram que Filinto, sua esposa dona Consuelo e seu neto Pedro estavam a bordo do voo RG820, juntamente com outros 134 passageiros e tripulantes. O avião, um Boeing 707 da Varig, decolou do aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, com destino a Londres, e faria uma escala no aeroporto de Orly, em Paris, França. E foi durante essa escala que ocorreu o acidente. 

Conta-se que um passageiro jogou uma bituca de cigarro acesa, em um cesto de lixo no banheiro do avião, inflamando os papéis. O incêndio consumiu parte da fiação da aeronave, gerando uma nuvem tóxica de fumaça a bordo do avião PP-VJZ da Varig que obrigou o piloto Gilberto Araújo da Silva a realizar um pouso forçado em Orly. 

Apenas um tripulante morreu na queda, mas em vez de evacuar os passageiros o mais rápido possível, a tripulação mandou que todos permanecessem em seus lugares esperando socorro. Como resultado 122 pessoas morreram devido à intoxicação ou queimaduras, incluindo o senador e então Presidente do Congresso Nacional, Filinto Müller e sua família. 

SERVIÇO 

Lançamento do livro: “Filinto Müller – A Verdade por Trás da Mentira” 

Autor: João Carlos Vicente Ferreira 

Local: Biblioteca do Senado – Brasília 

Data: 26 de setembro

 Horário: a partir de 18h30 

Contatos: João Carlos 65 9284-0228



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