05 de Maio de 2024

CULTURA Quinta-feira, 22 de Fevereiro de 2024, 08:36 - A | A

Ivens Cuiabano Scaff deixa órfãs a medicina e a literatura de MT

A Gazeta Digital

ivens sorrindo

  Ivens Cuiabano Scaff,

Importante nome da medicina, da literatura mato-grossense e da cuiabania, Ivens Cuiabano Scaff, 72 anos, faleceu nesta quarta-feira (21) deixando uma lacuna que dificilmente será preenchida.

Profissional dedicado, escritor multifacetado e querido por todos, deixa órfã uma legião de admiradores de seu trabalho profissional, fazer
artístico e personalidade marcante.

Bem-humorado, culto e talentoso, Ivens cativava a todos em qualquer das áreas onde estivesse atuando.

Ivens estava em Brasília, onde tratava de um câncer de fígado. Ele estava internado havia mais de 30 dias se recuperando de uma cirurgia. A notícia de sua morte se espalhou rapidamente e as redes sociais se encheram de menções e homenagens, como a da editora e amiga Maria Teresa Carrión Carracedo, da Entrelinhas, onde o escritor lançou várias obras.

Terei que reaprender a caminhar sem a sua presença física, sem os conselhos do amigo amado e do poeta. Nos falávamos todos os dias. A sua presença entre nós, na editora, também era constante. Não conheço alguém que tenha amado tanto a cidade de Grande pesar Ivens Cuiabano Scaff deixa órfãs a medicina e a literatura de MT"

João Vieira
Ivens Cuiabano Scaff nasceu em Cuiabá em 30 de setembro de 1951. Filho de Hid Alfredo Scaff e Lucina Cuiabano Scaff, personalidades de destaque na história e sociedade mato-grossense. Formou-se em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro, tendo exercido a atividade de médico e professor universitário na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e Universidade de Cuiabá (Unic).

Nas atividades culturais, atuou como:

Entre dois amores Tenho amor por uma rainha e tento ser o seu peão Nem sempre sendo capaz É a ela que amo Atento no calor dos dias Sou dessa maneira feliz Felicidade nervosa e sem paz Mas quando vem a bruma Amo uma sacerdotisa Com angústia e alegria É sim possível! Cumprindo seus mistérios e rituais Ciumentíssimas as duas Fingem que não se conhecem Nem se reconhecem rivais Fiel eu sou Não sei se loucura ou sina Às duas. À quem mais? As duas asas com que vôo O nome da rainha, Medicina O da maga, Literatura.

coordenador de Cultura da UFMT, conselheiro de Cultura da SEC-MT, coordenador do Comitê Educativo Unimed Cuiabá, conselheiro
editorial da revista Vôte, colaborador da publicação Estação Bispo.
Ganhou o Prêmio Esso de Literatura para Universitários (classificados), Prêmio Jornal do Dia de Crônicas Carnavalescas, Prêmio da Secretária de Estado de Cultura com o livro “Uma Maneira Simples de Voar”. Recebeu condecoração da Ordem do Mérito do Governo do Estado de Mato Grosso no grau Cavaleiro.

Lançou obras como “Mil Mangueiras” (1988); “Mamãe Sonhei Que Era um Menino de Rua” (1996), “A Fábula do Quase Frito” (1997); “O Papagaio Besteirento e a Velha Cabulosa (1999); “Fragmentos da Alma Mato-grossense (2003); “Uma Maneira Simples de Voar” (2006); “O Menino Órfão e o Menino Rei”; “Kyvaverá” (2011); A Mamãe das Cavernas e a Mamãe Loba” (2012); “Asas de Ícaro: Versos de Enamoramento e Seus Antônimos” (2015); “Embaúba: a História de uma Árvore (2020); “Haluares: 101 Haikais & Outros Versos Luares” (2021).

De acordo com Maria Teresa, entre os livros inéditos estão no prelo, na Entrelinhas, “Além Tordesilhas”, romance juvenil em forma de trilogia, com ilustrações de Léo Davi; “O Menino Chorão e o Morro Que Era Vulcão”, ilustrado por Gervane de Paula; “Assim Também Já é Demais”, ilustrado por Zeilton Matos; “Ágata, a Gata”, ilustrado por Wender Carlos. Deixou ainda vários livros de contos e poesias ainda inéditos.

Atuante, ele contribuiu não apenas para a saúde pública como médico infectologista, mas também enriquecendo a cultura mato-grossense com sua poesia e literatura”, disse o prefeito Emanuel Pinheiro. “Que seu legado de dedicação à medicina, à literatura e à cultura de Cuiabá perdure como fonte de inspiração e orgulho para todos nós. Sua  partida deixa um vazio imensurável em nossa cidade e em nossos corações”, acrescentou a primeira-dama Márcia Pinheiro.

Sua poesia inaugura um tempo que com certeza permanecerá no infinito do nosso imaginário”, ressaltou.

IMORTAL
Ivens era imortal da Academia Mato-grossense de Letras (AML). Ocupava a Cadeira 07 havia mais de dez anos. A instituição divulgou uma nota de pesar, amentando profundamente sua partida lembrando que sua obra “é uma referência poética para gerações de dmiradores e estudiosos de literatura”. Lembrou que ele foi colaborador da evista “Vôte!” e da “Estação Leitura” e lançou “Mil Mangueiras”, livro de poesias que inaugura uma fase de compreensão da sua terra natal.
Como conselheiro municipal de cultura, usou sua posição para alavancar pela cuiabanidade. Ivens é alguém que vai para os céus. Os céus da poesia, de ‘Kyvaverá’”, projetou, referindo-se a um dos seu poemas mais conhecidos. 



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