06 de Dezembro de 2024

Conheça o Padre Ernesto Camillo Barreto Segunda-feira, 07 de Outubro de 2019, 10:39 - A | A

Conheça o Pe. Ernesto Camilo Barreto

PADRE ERNESTO CAMILLO BARRETO

 

Quadro academisa padre ernesto

                                       Padre Ernesto Camillo Barreto

Nasceu na cidade de Cachoeira, Bahia, a 19 de fevereiro de 1826 e, por longo tempo assinou o nome ERNESTO DE SÃO JOAQUIM BARRETO.

  Ingressou na Ordem Franciscana daquela província (29/9/1842) e nela professou até 19 de março de 1844. Fez o Curso Filosófico e Teológico junto ao Colégio da mesma Ordem, concluindo esses estudos no ano de 1847, ocasião em que foi nomeado, a 4 de dezembro, professor. Foi sagrado presbítero, em 30 de novembro de 1850, pelo arcebispo Dom Romualdo Antônio de Seixas. Foi Pregador e Passante no Capítulo Geral. Sua ida para Cuiabá, capital da então província de Mato Grosso, se deveu à solicitação feita pelo primeiro Bispo de Mato Grosso, no governo José Antônio dos Reis, de um professor de Teologia Dogmática e Moral para atuar junto ao Seminário Episcopal da Conceição, primeiro estabelecimento de ensino secundário da província de Mato Grosso, criado no ano de 1853.

O Pe. Ernesto Barreto chegou a Cuiabá em 7 de agosto de 1854. Já no dia 14 jurou a profissão de fé perante as figuras do Presidente da Província, Augusto Leverger, e do Bispo Diocesano, D. José Antônio dos Reis, em conformidade com os preceitos firmados pelo Papa Pio IV através da Bula In Sacrossanta e das Constituições do Arcebispado da Bahia. 

Em 1858 participou ativamente dos trabalhos de lançamento da pedra fundamental do edifício do Seminário Episcopal da Conceição, tendo proferido as emocionadas palavras: O dia de hoje, sim, elevando os nossos pensamentos a considerar no objeto que nos chama em torno dos sagrados altares, fica e anuncia uma nova época de educação intelectual, moral e religiosa na província, não só aos Levitas destinados a balançarem nos turíbulos de ouro o fumo do incenso e do benjoim que tem de ser ofertado por vós, e pelos filhos de nossos filhos até as últimas gerações àquele que é o autor de tudo criado, e à Maria, debaixo de cuja proteção se hão já abrigado, como também a esta tenra e vigorosa mocidade que, por encanto, verá surgir o futuro das salas deste Estabelecimento, cujo primeiro fundamento vistes agora lançar-se para fazer as delícias de suas famílias, a glória desta Província, a honra de nosso País e a admiração dos estranhos, já pela ciência, já pela virtude, e já finalmente pelos dotes que harmonicamente produzem estes germes poderosos da educação cristã.[2].

INTERNATO SÃO JOÃO BATISTA - O Pe. Ernesto Camillo Barreto fundou em 07 de janeiro de 1879 o internato São João Batista, instalado às margens do rio Pary. Era inspetor por essa época no governo do Dr. João José Pedrosa, o D Pedro de Alcântara Sardenberg, substituído a 25 de novembro de 1879, pelo Dormevil José dos Santos Malhado. Há esse tempo afastava-se do cenário da Instrução Pública o Protonotório Ernesto Camillo Barreto para dedicar-se inteiramente ao internato São João Batista, no Pary. O internato São João Batista inaugurado em 07 de janeiro de 1879 foi uma instituição que ficou na história, ainda hoje rememorada na tradição do ensino mato-grossense, era destinado à instrução dos ensinos primário e secundário.

Dessa instituição de ensino o diretor da Instrução em 1880 relatou: Conta esse colégio 16 discípulos; três freqüentam a aula de latim, estudando as demais matérias concernentes aos dois graus de instrução primária. Nas visitas que tenho feito ao referido colégio, verifiquei que o seu regime interno é o melhor possível, asseio e ordem do dormitório, admiráveis, a alimentação sã e abundante, os exercícios escolares e as horas de descanso habilmente determinadas. (MARCÍLIO, 1963, P.84).

O JORNALISTA: - Pe. Ernesto Camillo Barreto atuou, também, no campo jornalístico, tendo fundado, em parceria com João de Souza Neves, Francisco de Moraes Jardim, como editor e José Jacintho de Carvalho, como redator, em 1859 o periódico A Imprensa de Cuyabá, um dos mais importantes veículos de divulgação do ideário conservador na província de Mato Grosso. O prédio da redação ficava na Rua Augusta, n° 50. O Jornal “A Imprensa de Cuyabá”, periódico político, mercantil e literário, circulou na capital da Província de Mato Grosso, entre os anos de 1.859 e 1865, com periodicidade semanal. Teve um total de 232 edições, das quais, 134 podem ser acessadas por meio do sitio eletrônico da hemeroteca digital da Biblioteca Nacional. O historiador leigo Pedro Rocha Jucá destaca que “A Imprensa de Cuyabá” foi o primeiro jornal na Província de Mato Grosso, “surpreendendo aos meios políticos” e, que “nem se poderia imaginar que isto acontecesse, mas aconteceu”. O periódico em questão promoveu “uma autêntica revolução editorial na História da Imprensa, em Mato Grosso. “A Imprensa de Cuyabá” desenvolveu intensa campanha contra o governo do Tenente coronel Antônio Pedro de Alencastro, comandante das armas e 14º Presidente da Província de Mato Grosso (13 de outubro de 1859-outubro de 1961).   

O POLÍTICO - Deputado Provincial pela Província de Mato Grosso com mandato a partir de 1° de maio de 1869, junto com Dr. José Maria da Silva Paranhos Júnior e Deputado Geral. No dia 26 de maio de 1861 foi preso enquanto pregava o Evangelho na igreja Matriz de Cuiabá, na festa do Senhor Divino Espírito Santo, em Cuiabá. Dali foi conduzido preso para o Rio de Janeiro, mas no Parlamento Nacional, os Deputados Francisco Otaviano de Almeida Rosa e Saldanha Marinho denunciaram o fato contra o Presidente Cel Antônio Pedro de Alencastro, o qual foi demitido.

O ACADÊMICO - É patrono da Cadeira nº. 14, da Academia Mato-grossense de Letras.

MAÇONARIA - A exemplo de inúmeros contemporâneos, o padre Ernesto Camilo Barreto não se recusou a matricular-se na LOJA “ESTRELA DO OCIDENTE”, onde alcançou o alto título de “PRÍNCIPE ROSA CRUZ”, no GRAU 33. Naquela época era comum o ingresso dos padres aos mistérios das associações secretas, em cujo desenvolvimento colaborava sem impecílio algum.   

 Em breve voce poderá ler a biografia completa do Pe. Ernesto em um livro a ser publicado  pela historiadora Neila Barreto. Aguardem! 



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