19 de Janeiro de 2025

CIDADES Sexta-feira, 26 de Maio de 2023, 19:26 - A | A

Aniversario

Catedral Basílica de Cuiabá comemorou 50 anos

AMÁBILE MONTEIRO TV CENTRO AMÉRICA

catedral de cba

 

Repleta de narrativas, curiosidades e relatos peculiares, a nova Catedral Basílica Senhor Bom Jesus de Cuiabá comemorou 50 anos, na última quarta-feira (24).

O templo guarda histórias excêntricas e desconhecidas por grande parte da população mato-grossense e coleciona um acervo de singularidades, que vão desde uma cripta com restos mortais de autoridades históricas, a testemunhos sobre o desenvolvimento econômico-social pela qual a capital passou. 

A Catedral foi fundada em 1722 pelo capitão-mor Jacinto Barbosa Lopes, mas foi demolida em 1964. Segundo a historiadora Leilla Borges de Lacerda, naquele período, corria o boato de que a igreja estava caindo e, por isso, o arcebispo da época, Dom Orlando Chaves, decidiu demolir a capela.

Disseram, na época, que a igreja estava caindo, o que não era verdade, era apenas uma parede que estava com problema. Ele usou aquilo como desculpa para demolir a igreja, porque ele acreditava que Cuiabá precisava de modernidade e inovação”, contou.

Em contrapartida, o cura da Catedral, Deusdetit Monge de Almeida, contou ao g1 que a demolição foi feita, porque o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) não autorizou o tombamento da capela, à época.

Foi construído duas torres depois que a igreja foi fundada e foi por isso que o Iphan não tombou ela. Eles [os responsáveis do órgão] disseram que como a capela tinha sido descaracterizada e não tinha mais a imagem original, eles não tinham como considerá-la um patrimônio”, explicou.

Curiosidades
É comum na tradição da Igreja Católica Apostólica Romana que os restos mortais de prelados, bispos e arcebispos sejam enterrados nas próprias catedrais. Por isso, o subsolo da Catedral conta com uma cripta que serve de cemitério às autoridades políticas e eclesiásticas locais.

Com a demolição da velha catedral, os cadáveres, armazenados na época, foram transferidos para a Igreja Nossa Senhora do Bom Despacho e foram recolocados na nova cripta somente em agosto de 1974.

No cemitério estão enterrados: Dom Carlos Luiz D'Amaur, Dom José Antônio dos Reis, Dom Luiz de Castro Pereira, Pascoal Moreira Cabral, Miguel Sutil de Oliveira, Dom Francisco de Aquino Corrêa, Dom Orlando Chaves, Frei José Maria de Macerata e Dom Bonifácio.

O artista, que não tinha mãos, veio para o Brasil para fugir da 2º Guerra Mundial. A arte foi feita em três anos com a ajuda de alunos e freiras do antigo colégio Dasa, o atual Centro Educacional Maria Auxiliadora (Cema).

Padre preso

Por volta de 1870, época em que a igreja era governada pelo estado, o padre Ernesto Camilo Barreto foi preso após fazer fortes críticas ao governo. Segundo o padre Deusdetit, ele era jornalista e tinha um jornal chamado “Imprensa de Cuyabá”, onde aproveitou do poder da mídia para defender os povos indígenas e as pessoas pobres.

Ele fez denúncias gravíssimas ao governo, tanto que foi preso depois que terminou a celebração da missa. Na época, o governo tinha autoridade para interferir nos assuntos religiosos, por isso todos os padres eram servidores do estado, tanto que ele [Ernesto] era deputado”, concluiu.



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