O prefeito de Várzea Grande, Kalil Baracat (MDB), descartou a possibilidade de privatização do Departamento de Água e Esgoto (DAE), ao menos em um futuro próximo. Em conversa com jornalistas nesta segunda-feira, 27 de março, ele afirmou que a privatização do DAE poderia fazer a cidade perder centenas de milhões em recursos para investimento no saneamento básico, provenientes de convênios com os governos estadual e federal.
Na última semana, Várzea Grande foi listada como um dos dez piores municípios do Brasil em questão de saneamento básico. De acordo com os dados do Instituto Trata Brasil, a cidade aparece em 9° lugar entre os índices mais baixos.
“Hoje não, porque nós temos vários investimentos. Inclusive, R$ 160 milhões de recursos federais do PAC e, se a gente pensar em privatização, vai acabar perdendo esses recursos. Fora os recursos próprios que estão sendo investidos, recursos junto ao governo do Estado, emendas federais. A princípio, é cumprir o compromisso assumido em campanha e resolver de 90% a 95% do problema da água na cidade de Várzea Grande”, afirmou o prefeito.
Apesar de descartar a possibilidade de privatização do DAE agora, Kalil admitiu que essa decisão poderá ser revista mais à frente. Antes disso, porém, deve ser feita uma pesquisa de opinião junto à população de Várzea Grande.
“Vamos pensar isso num segundo momento, depois de ter essas obras concluídas, esses avanços concluídos na cidade. Aí, quem sabe, discutir com a sociedade várzea-grandense”, afirmou.
Por hora, o objetivo da Prefeitura é concluir as obras que já estão em andamento para ampliar a capacidade de captação e tratamento de água. Kalil detalhou que três estações de tratamento devem ser concluídas nos próximos meses, o que deve dobrar a capacidade de captação e tratamento de água no município.
Entre esses investimentos está a construção de uma estação de tratamento de esgoto, quesito no qual a cidade teve um dos piores desempenhos no ranking do Trata Brasil, ficando abaixo da média nacional tanto no indicador de coleta de esgoto quanto no indicador de tratamento de resíduos.
“Tem investimento de R$ 100 milhões em uma estação de tratamento de esgoto na cidade de Várzea Grande, onde R$ 15 milhões é com recurso próprio da Prefeitura. Então, nós estamos fazendo investimento e vamos mudar essa realidade no meu mandato. Inclusive, um reator dessa estação de tratamento de esgoto eu coloco para funcionar ainda esse ano”, afirmou.
O prefeito também afirmou que pretende investir na melhora da rede de distribuição, outro quesito no qual Várzea Grande ‘levou tinta’. Segundo o ranking do Trata Brasil, o índice de perdas na distribuição passa de 70% na cidade, quase o dobro da média nacional, que é de 36,51%.
“Nós produzimos hoje quase 700 litros por segundo. Até o final do meu mandato, nós vamos produzir quase 1.400. Nós vamos dobrar a capacidade. E aí vamos fazer investimentos paralelos, de recuperação de rede, ampliação de rede... tem muita rede antiga. Para você ter uma ideia, tem rede aqui de quando minha avó foi prefeita, em 1970”, explicou.
Jorge andre 28/03/2023
se privatizar o DAE acaba com o cabide de empregos da maioria dos políticos de VG..
1 comentários