14 de Janeiro de 2025

AGROECONOMIA Quarta-feira, 07 de Dezembro de 2022, 10:06 - A | A

ASSALTO NA BOMBA

Preço do etanol dispara 5% em Cuiabá e perde toda vantagem frente a gasolina

Com novos preços, o etanol deixou de ser a melhor escolha para os motoristas em todos os cenários

Felipe Leonel Repórter | Estadão Mato Grosso

posto gazolina

 

O preço do etanol continua subindo em Mato Grosso nesta reta final do ano. Terceiro maior produtor do biocombustível do país, o estado registrou uma alta de mais de 5% nos preços na última semana, conforme relatório da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O preço médio do litro nos postos de Cuiabá saiu de R$ 3,52 na última sexta (25) de novembro para R$ 3,70 na primeira sexta (2) de dezembro.

Com esses novos preços, o etanol deixou de ser a melhor escolha para os motoristas em todos os cenários. O álcool combustível já não estava tão vantajoso frente à gasolina, a depender do posto escolhido. Agora, mesmo quando o motorista encontra os dois combustíveis nos preços mínimos, também não vale a pena. Em todos os cenários - preço mínimo, médio ou máximo - o litro do biocombustível já é vendido por mais do que 70% do preço da gasolina.

Já os demais combustíveis apresentaram variações insignificativas, com o preço médio da gasolina em R$ 5,03 ao final da primeira semana de dezembro, enquanto o óleo diesel é comercializado na faixa de R$ 6,84.

No comércio internacional de combustíveis, os preços seguem instáveis, mas o cenário, que estava extremamente desfavorável para uma redução de preços no Brasil, se inverteu nos três últimos relatórios da Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom), de sexta, segunda (5) e terça (6).

Se fosse considerar o relatório do Preço de Paridade de Importação (PPI) desta segunda, a Petrobras teria margem para reduzir o preço do diesel em 15 centavos e a gasolina em 13. 

Nesta semana, o mercado espera algumas decisões importantes que podem causar ainda mais instabilidade nos preços. A mais importante delas é que a China deve divulgar cerca de 10 medidas de flexibilização dos lockdowns que têm sido realizados devido ao aumento de casos de covid-19 no gigante asiático. Se ocorrer uma abertura abrupta da economia chinesa, deve haver uma disparada nos preços, devido ao aumento da demanda.

Além disso, o setor está monitorando a reação do mercado ao teto imposto ao petróleo russo, em US$ 60. Esse valor está 27 dólares abaixo da cotação do barril tipo Brent na segunda, que chegou a ser comercializado por US$ 87. Por fim, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) manteve a redução da produção em 2 milhões de barris por dia de petróleo, equivalente a 2% da oferta mundial, o que também deve criar uma pressão pro alta nos preços.

 


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