09 de Dezembro de 2024

AGROECONOMIA Segunda-feira, 25 de Novembro de 2024, 15:28 - A | A

DECISÃO DE IMPACTO

JBS e Masterboi suspendem fornecimento de carne ao Carrefour em resposta a boicote na França

A JBS, responsável pela marca Friboi, cortou o envio de carne bovina ao Carrefour na quinta-feira (21), enquanto a Masterboi seguiu o exemplo no dia seguinte (22)

Da Redação- Folha do Estado

fachada da jbs frigorif

 

A relação entre o agronegócio brasileiro e o Carrefour foi abalada após uma decisão controversa da rede varejista.

Na última semana, frigoríficos de peso, como a JBS e a Masterboi, anunciaram a suspensão do fornecimento de carne à empresa. 

O movimento veio como resposta à declaração do presidente mundial do Carrefour, Alexandre Bompard, que anunciou a intenção de banir carne produzida em países do Mercosul das lojas francesas da rede. 

A JBS, responsável pela marca Friboi, cortou o envio de carne bovina ao Carrefour na quinta-feira (21), enquanto a Masterboi seguiu o exemplo no dia seguinte (22). 

Apesar da reação, o Carrefour assegurou que suas operações seguem sem prejuízo ao abastecimento e que não há risco de desabastecimento em suas unidades. 

A decisão do Carrefour gerou uma onda de insatisfação entre representantes do agronegócio, que acusam a empresa de adotar uma postura protecionista. 

Além dos frigoríficos, um grupo formado por 44 associações ligadas ao setor também se posicionou, cobrando publicamente uma retratação do grupo francês. 

A mobilização não se limita à produção de carne bovina. Empresas dos segmentos de aves e suínos também avaliam repensar suas relações comerciais com a rede varejista. 

O temor é que a iniciativa do Carrefour na França acabe influenciando mercados europeus e comprometa a imagem da carne brasileira no exterior. 

Em uma carta aberta direcionada ao presidente Alexandre Bompard, lideranças do setor destacaram os avanços da pecuária brasileira em termos de sustentabilidade. 

Segundo o documento, nos últimos 30 anos, a produtividade do setor aumentou 172%, enquanto a área de pastagem foi reduzida em 16%. 

Se a carne brasileira não é adequada para o Carrefour na França, é questionável sua aceitação em outros mercados”, diz a carta. 

A resposta do agronegócio ganhou apoio de entidades como a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que divulgaram notas criticando a decisão do Carrefour. 

Além disso, representantes do setor de hotelaria e restaurantes em São Paulo se juntaram ao boicote, reforçando a necessidade de valorização dos produtos nacionais. 

Enquanto o embate se intensifica, a cadeia produtiva brasileira busca estratégias para preservar sua reputação no mercado global.



Comente esta notícia