15 de Setembro de 2024

AGROECONOMIA Terça-feira, 14 de Março de 2023, 12:37 - A | A

OPERAÇÃO BARRIL VAZIO

Grupo do segmento de combustíveis é alvo da polícia após prejuízo de R$ 500 milhões

Investigações revelaram que em relação à situação cadastral da fictícia vendedora foi utilizado pelos criminosos uma identidade falsa

Da Redação - HNT

mangueia combustivel posto

 

A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou, na manhã desta terça-feira (14), a segunda fase da 'Operação Barril Vazio', em Cuiabá e São Paulo, contra grupo que deixou de realizar arrecadação fiscal no segmento de combustíveis. De acordo com as investigações da Delegacia Especializada de Crimes Fazendários (Defaz), o prejuízo pode alcançar até R$ 500 milhões.

Estão sendo cumpridos 23 mandados judiciais, sendo cinco de busca e apreensão, uma suspensão de pessoa jurídica e 16 de quebras de sigilo fiscal e sigilo bursátil contra pessoas físicas e jurídicas envolvidas em uma empresa formuladora de combustíveis no Estado. Todas as ordens foram expedidas pelo Núcleo de Inquéritos Policiais da Capital (NIPO) e são cumpridas nas duas capitais.

Os trabalhos estão inseridos no planejamento estratégico do Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (Cira), com foco na prevenção e repressão à sonegação fiscal em Mato Grosso.

INVESTIGAÇÃO

O inquérito policial foi instaurado para a apuração de possível prática dos crimes de organização criminosa, uso de documento falso e falsidade ideológica, executados por intermédio dos sócios/administradores de uma formuladora de combustível, que iniciou recentemente suas atividades no Estado. Conforme relatório técnico, a empresa apresenta um alto risco para a ordem tributária, além de impactos incontáveis para todo o segmento de combustíveis mato-grossense.

As investigações apontaram que a empresa foi constituída irregularmente, em setembro de 2002, com o capital social declarado de R$ 840 mil. Dois meses depois, em novembro, ocorreu a primeira alteração, promovendo o aumento do capital para R$ 13,198 milhões, passando por outras diversas alterações contratuais.

As investigações revelaram que em relação à situação cadastral da fictícia vendedora foi utilizado pelos criminosos uma identidade falsa, com dados de São Paulo, posteriormente constatada como inexistente, e apesar de constar que ela tenha nascido em 1942, a inserção dos dados no sistema da Receita Federal só ocorreu em fevereiro de 2001, mesmo período do registro do imóvel rural e lavratura das escrituras públicas e constituição das empresas, reforçando assim, a suspeita de que os documentos foram forjados para produzir fraudes.

Os elementos apontam que os investigados forjaram a elevação do capital social com o propósito de obter a autorização da Agência Nacional de Petróleo (ANP) para funcionar como formuladores de combustível, atuação para a qual se exigia um capital social mínimo de R$ 20 milhões para atendimento da solicitação, utilizando de uma supervalorização dos imóveis para simular liquidez.

Além disso, a empresa investigada apresenta vínculos com uma Formuladora de Combustíveis do estado de São Paulo, que já foi alvo de operações policiais e da Secretaria de Fazenda daquele estado.

OPERAÇÃO

Barril Vazio se deu em virtude da falsa aparência de solidez passada pelos investigados a fim de conseguirem seu registro como formuladores, importadores e exportadores de derivados de petróleo, o que seria análogo à compra de um barril de petróleo que posteriormente se descobre estar sem conteúdo.

A operação conta com apoio da Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) e da Polícia Civil do Estado de São Paulo, por meio da Divisão sobre Investigações contra a Fazenda.



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