10 de Setembro de 2024

AGROECONOMIA Terça-feira, 11 de Julho de 2023, 17:01 - A | A

AGRO E ECONOMIA

Agronegócio é diferencial para crescimento populacional em dez municípios de MT

Cidades são de pequeno e médio porte situadas em regiões distintas do Estado

Leiagora

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Os dez municípios que mais cresceram em população entre 2010 e 2022 tem como base econômica o agronegócio. Os dados preliminares do Censo de 2022 apontam o crescimento de até 60% no número de habitantes.

Os dados foram compilados pelo Observatório do Desenvolvimento Econômico, da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec).

No topo da lista da está Querência que apresentou 105% de aumento populacional, seguido por Lucas do Rio Verde (83,9%), Nova Mutum (75,9%), Sinop (73,3%), Campos de Júlio (71,1%), Campo Novo do Parecis (66,4%), Sorriso (66,3%), Itanhangá (64,7%), Primavera do Leste (63,5%) e Sapezal (59,9%). São municípios situados na região do Baixo Araguaia, Sul e no eixo da BR-163.

A menor delas é Itanhangá, que tem 7.539 habitantes, mas em 2010 tinha apenas 5.276. A maior é Sinop com atualmente 196.067 pessoas e há 13 anos eram 111.676 habitantes.

Por outro lado, cinco municípios de regiões distintas do Estado apresentaram redução populacional. Novo Santo Antônio perdeu 66,65% dos moradores, seguido por Cotriguaçu (26,51%), Guiratinga (21,32%), Alto Paraguai (20,44%) e Jauru (19,97%).

Municípios que fazem limite com Novo Santo Antônio tiveram aumento populacional, como Serra Nova Dourada, que fica a 60km da cidade. Ela é a segunda menor cidade de Mato Grosso e teve crescimento de 31,86% da população, passando de 1.365 habitantes para 1.800 em 2022.

Além disso, tem um PIB per capita de R$ 32.890, enquanto Novo Santo Antônio é de R$ 18.123. São Félix do Araguaia, que também faz limite com a cidade que mais perdeu habitantes no Estado, viu a população crescer em 29,25%, atingindo 13.612 moradores, ante a 10.531 que tinha em 2010.

Para o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, o crescimento de Mato Grosso e do Centro-Oeste já era esperado, pois todos os indicadores de exportações, geração de emprego, abertura de empresas, microempreendedores individuais já vinham numa crescente há anos.

O crescimento agrícola do Estado abriu muitas oportunidades, bem como a instalação de novas indústrias que precisaram de mão de obra. Muitas pessoas migraram para o Estado devido ao crescimento exponencial e desenvolvimento do Estado”.

Em relação aos municípios que viram reduzir a população, o secretário aponta que isso também se deve à busca de empregos em outras cidades não necessariamente maiores, pois Campos de Júlio e Itanhangá são exemplos de pequenas cidades que expandiram em número de população e tem menos de dez mil habitantes.

Dentre as alternativas estão a implantação de agroindústrias para fixar a mão de obra nessas cidades. Mato Grosso está numa fase de desenvolvimento econômico que não tem mais volta. A verticalização da economia com incentivo a industrialização, obras estruturais com as ferrovias e a duplicação da BR-163 devem gerar mais emprego e renda e o crescimento populacional do Estado”.

PIB do agro

O analista de dados do Observatório do Desenvolvimento Econômico, Vinícius Hideki, destaca que as cidades com base no agronegócio têm experimentado um crescimento significativo devido à sua forte ligação com o setor, que é responsável por 56,2% do PIB do Estado. Como principal atividade econômica, é natural que essas cidades se desenvolvam mais rapidamente do que as demais.

Mato Grosso tem o maior número de municípios no ranking dos mais ricos do agro brasileiro. Se o setor agrícola de uma região se expande e se torna mais produtivo, isso pode levar ao aumento da demanda por mão de obra agrícola. As pessoas podem migrar para áreas rurais em busca de empregos e oportunidades relacionadas à agricultura”.

Contudo, ele pondera ainda que nos últimos anos houve avanços significativos em tecnologia e mecanização agrícola. O uso de máquinas e equipamentos modernos pode aumentar a produtividade e reduzir a necessidade de mão de obra manual. Como resultado, é possível que menos pessoas estejam envolvidas diretamente na atividade agrícola, o que pode levar a um êxodo rural em algumas áreas e, ao mesmo tempo, concentrar a população nestas cidades agrícolas.

Em alguns casos, áreas rurais estão passando por um processo de urbanização, com o desenvolvimento de infraestrutura, serviços e comodidades urbanas. Isso pode atrair pessoas que buscam uma melhor qualidade de vida e acesso a serviços básicos, levando também ao crescimento”.

Ele também destaca que políticas governamentais favoráveis ao setor agrícola, como investimentos em infraestrutura, programas de desenvolvimento rural e incentivos fiscais, podem estimular o desenvolvimento econômico, atraindo pessoas e contribuindo para o crescimento populacional.



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